quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

O BOM E ESTAR NO CAMINHO O MARAVILHOSO E PERMANEÇER NA CAMINHADA DA FE ; EM UM MUNDO CAPITALISTA,INJUSTO E CADA VEZ MAIS DIFIÇIL VIVER LONGE DO MESTRE. COMO OS DOIS DIÇIPULOS NO CAMINHO DE EMAUS,ARDE DE ALEGRIA O CORAÇAO QUANDO ESTAMOS COM ELE, COMO MARIA MADALENA QUE FORA TRANSFORMADA PELO SEU PODER MISERICORDIOSO.EM UM MUNDO COMO ESSE SO NOS ME VEM NA MENTE UMA PALAVRA PRA ONDE IREI SE SO TU SENHOR TENS PALAVRA DE VIDA ETERNA ?????UM FORTE ABRAÇO PR. DANIEL VASQUES:.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

A FÉ CRISTÃ



I- Definição da Palavra
A simples fé implica uma disposição de alma para confiar noutra pessoa. Difere de credulidade, porque aquilo em que a fé tem confiança é verdadeiro de fato, e, ainda que muitas vezes transcenda a nossa razão, não lhe é contrário. A credulidade, porém, alimenta-se de coisas imaginárias, e é cultivada pela simples imaginação. A fé difere da crença porque é uma confiança do coração e não apenas uma aquiescência intelectual. A fé religiosa é uma confiança tão forte em determinada pessoa ou princípio estabelecido, que produz influência na atividade mental e espiritual dos homens, devendo, normalmente, dirigir a sua vida. A fé é uma atitude, e deve ser um impulso.
A fé cristã é uma completa confiança em Cristo, pela qual se realiza a união com o Seu Espírito, havendo a vontade de viver a vida que Ele aprovaria. Não é uma aceitação cega e desarrazoada, mas um sentimento baseado nos fatos da Sua vida, da Sua obra, do Seu Poder e da Sua Palavra. A revelação é necessariamente uma antecipação da fé. A fé é descrita como "uma simples mas profunda confiança Naquele que de tal modo falou e viveu na luz, que instintivamente os Seus verdadeiros adoradores obedecem à Sua vontade, estando mesmo às escuras". A mais simples definição de fé é uma confiança que nasce do coração.

II- A Fé no AT
A atitudes para com Deus que no NT a fé nos indica, é largamente designada no AT pela palavra "temor". O temor está em primeiro lugar que a fé; a reverência em primeiro lugar que a confiança. Mas é perfeitamente claro que a confiança em Deus é princípio essencial no AT, sendo isso particularmente entendido naquela parte do AT, que trata dos princípios que constituem o fundamento das coisas, isto é, nos Salmos e nos Profetas. Não es está longe da verdade, quando se sugere que o "temor do Senhor" contém, pelo menos na sua expressão, o germe da fé no NT. As palavras "confiar" e "confiança" ocorrem muitas vezes; e o mais famoso exemplo está, certamente, na crença de Abraão (Gn 15.6), que nos escritos tanto judaicos como cristãos é considerada como exemplo típico de fé na prática.

III- A Fé, nos Evangelhos
Fé é uma das palavras mais comuns e mais características do NT. A sua significação varia um pouco, mas todas as variedades se aproximam muito. No seu mais simples emprego mostra a confiança de alguém que, diretamente, ou de outra sorte, está em contato com Jesus por meio da palavra proferida, ou da promessa feita. As palavras ou promessas de Jesus estão sempre, ou quase sempre, em determinada relação com a obra e a palavra de Deus. Neste sentido a fé é uma confiança na obra, e na palavra de Deus ou de Cristo. É este o uso comum dos três primeiros Evangelhos (Mt 9.29; 13.58; 15.28; Mc 5.34-36; 9.23; Lc 17.5,6). Esta fé, pelo menos naquele tempo, implicava nos discípulos a confiança de que haviam de realizar a obra para a qual Cristo lhes deu poder; é a fé que opera maravilhas. Na passagem de Mc 11.22-24 a fé em Deus é a designada. Mas a fé tem, no NT, uma significação muito mais larga e mais importante, um sentido que, na realidade, não está fora dos três primeiros Evangelhos (Mt 9.2; Lc 7.50): é a fé salvadora que significa salvação. Mas esta idéia geralmente sobressai no quarto evangelho, embora seja admirável que o nome "fé" não se veja em parte alguma deste livro, sendo muito comum o verbo "crer". Neste Evangelho acha-se representada a fé, como gerada em nós pela obra de Deus (Jo 6.44), como sendo uma determinada confiança na obra e poder de Jesus Cristo, e também um instrumento que, operando em nossos corações, nos leva para a vida e para a luz (Jo 3.15-18; 4.41-53; 19.35; 20.31, etc). Em cada um dos evangelhos, Jesus proclama-Se a Si mesmo Salvador, e requer a nossa fé, como uma atitude mental que devemos possuir, como instrumento que devemos usar, e por meio do qual possamos alcançar a salvação que Ele nos oferece. A tese é mais clara em João do que nos evangelhos sinóticos, mas é bastante clara no último (Mt 18.6; Lc 8.12; 22.32).

IV- A Fé, nas Cartas de Paulo
Nós somos justificados, considerados justos, simplesmente pelos merecimentos de Jesus Cristo. As obras não tem valor, são obras de filhos rebeldes. A fé não é uma causa, mas tão somente o instrumento, a estendida mão, com a qual nos apropriamos do dom da justificação, que Jesus pelos méritos expiatórios, está habilitado a oferecer-nos. Este é o ensino da epístola aos Romanos (3 a 8), e o da epístola aos Gálatas. Nos realmente estamos sendo justificados, somos santificados ela constante operação e influência do Santo Espírito de Deus, esse grande dom concedido à igreja e a nós pelo Pai por meio de Jesus. E ainda nesta consideração a fé tem uma função a desempenhar, a de meio pelo qual nos submetemos à operação do E. Santo (Ef 3.16-19).

V- Fé e Obras

Tem-se afirmado que há contradição entre Paulo e Tiago, com respeito ao lugar que a fé e as obras geralmente tomam, e especialmente em relação a Abraão (Rm 4.2; Tg 2.21).
Fazendo uma comparação cuidadosa entre os dois autores, acharemos depressa que Tiago, pela palavra fé, quer significar uma estéril e especulativa crença, uma simples ortodoxia, sem sinal de vida espiritual. E pelas obras quer ele dizer as que são provenientes da fé. Nós já vimos o que Paulo ensina a respeito sa fé. É ela a obra e dom de Deus na sua origem, e não meramente na cabeça; é uma profunda convicção de que são verdadeiras as promessas de Deus em Cristo, por uma inteira confiança Nele; e deste modo a fé é uma fonte natural e certa de obras, porque se trata duma fé viva, uma fé que atua pelo amor (Gl 5.6).
Paulo condena aquelas obras que, sem fé, reclamam mérito para si próprias; ao passo que Tiago recomenda aquelas obras que são a conseqüência da fé e justificação, que são, na verdade, uma prova de justificação. Tiago condena uma fé morta; Paulo louva uma fé viva. Não há pois, contradição. A fé viva, a fé que justifica e que se manifesta por meio daquelas boas obras, agradáveis a Deus, pode ser conhecida naquela frase já citada: "a fé que atua pelo amor".

Anjos, Querubins & Serafins


1- ANJOS

Seres celestiais mais elevados do que o homem em dignidade, Sl 8.6; Hb 2.7, que não se casam nem se dão em casamento, Mt 22.30. Pela sua natureza, são chamados filhos de Deus, pelo menos em poesia, Jó 1.6; 37.7, e pelo seu caráter, são chamados santos, Jó 5.1; Si 89.5,7. O seu oficio é determinado pela palavra anjo. Em outros livros da Bíblia, há indícios de duas categorias de anjos em oficio e dignidade, como sejam os arcanjos (chefes) e outros de inferior posição, 1Ts 4.16; Jd 9. Estas duas classes não são as únicas. Há os anjos caídos e os que não caíram; há tronos e domínios, principados e potestades, Rm 8.38; Ef 1.21; 3.10; Cl 1.16; 2.15. Querubins e Serafins, todos os quais parecem pertencer à classe angélica. As forças inanimadas da natureza pelas quais se opera todo o movimento econômico do universo são mensageiros de Deus, Sl 104.4. A pestilência e a morte, quando obedecem a atos especiais do governo divino, são representadas como operando sob a direção dos anjos, 2Rs 24.16; 19.25; Zc 1.7-17. Escapando à vista humana, acampam-se a roda dos que temem a Deus, Sl 34.7; Gn 28.12; 48.16; 2Rs 6.17; Is 43.9. O Anjo do Senhor apareceu em forma humana a Abraão, a Agar, a Ló, a Moisés e a Josué; aos israelitas em Boquim, a Gideão e a Manoé. Um anjo do Senhor apareceu a Elias e a Daniel. Os anjos ocupam lugar saliente na história de Jesus, anunciando o seu nascimento e o de seu precursor, proclamando o seu advento aos pastores, servindo-o depois de sua vitória no deserto e de sua angústia no jardim, Lc 22.43, Foram ainda os anjos que deram as boas novas aos discípulos na ressurreição e ascensão. Um anjo assistiu a Pedro, outro a Paulo. Alguns destes mensageiros de Deus são conhecidos pelos seus nomes, como Gabriel, Dn 8.16; 9.21; Lc 1.19,20: e Miguel, Dn 10.13,21; Jd 9; Ap 12.7. Há alguns anjos, enviados a executar ordens divinas, que são chamados Anjo do Senhor, 2Sm 24.16: 1Rs 19.5-7. Também se menciona um anjo, que em certas circunstâncias parece ser distinto de Jeová e que, no entanto se identifica com ele, Gn 16.10,13,14,33; 22.11,12,15,16; 31.11,13; Ex 3.2,4; Js 5.13-15; 6.2; Zc 1.10-13: 3.1,2. Assim, em Gn 32.30, se menciona um anjo em que se revelava a face de Jeová que tinha o nome de Jeová, e cuja presença equivalia a presença de Jeová, Gn 22.11; Ex 32:14: 33.14; Is 63.9. O anjo do Senhor aparece como uma manifestação de Jeová, um com ele e, todavia diferente dele.

2- QUERUBINS

Nome do guardião que o Senhor pôs à entrada do Éden para impedir que nossos primeiros pais se aproximassem da árvore da Vida, depois de serem expulsos do Paraíso, Gn 3.24. Quando se construiu a Arca para o Tabernáculo, foram trabalhados dois querubins, feitos de puro ouro, e colocados sobre a arca com as faces voltadas um para o outro, e cobrindo-a com as asas estendidas, Ex 25.18-20; 37.7-9. Simbolizavam a presença de Jeová, cuja glória se manifestava entre eles, Lv 16.2, e que habitava no meio de seu povo, estando presente no tabernáculo para receber a sua adoração, Ex 25.22; Lv 1.1. Há freqüentes referências à habitação de Jeová entre querubins, Nm 7.89; 1Sm 4.4; 2Sm 6.2; 2Rs 19.15; Sl 80.1; 99.1; Is 37.16. As cortinas do Tabernáculo eram bordadas com as figuras de querubins, Ex 26.1. No oráculo do Templo foram postos dois gigantescos querubins de quase seis metros de altura, cujas asas estendidas tinham igual comprimento à altura. Eram feitos de pau de oliveira e cobertos de ouro, 1Rs 6.23-28; 8.7; 2Cr 3.10-13; 5.7,8; Hb 9.5.

As paredes do Templo eram esculpidas em roda de entalhes e molduras, com querubins e palmas, 2Rs 6.29, Em um poema, Davi representa Jeová montado sobre querubins e voando sobre as asas dos ventos, 2Sm 22.11; Sl 18.10. Ezequiel teve uma visão de querubins perto do rio Cobar, cada um deles tinha quatro faces e quatro asas, Ez 10.1-22; comp. 9. 3. Os quatro querubins parecem ser idênticos às criaturas que ele viu, cada uma com quatro faces com rosto de homem, rosto de leão, rosto de boi e rosto de águia, cp. 1.5-12; com 10.20,21. Estes querubins sustentavam o trono de Jeová, 1.26-28; 9.3. Finalmente, o apóstolo João descreve no Apocalipse quatro animais com rostos semelhantes aos já descritos, Ap 4.6-9. Em toda a Bíblia os querubins são apresentados como seres, entes animados, com a inteligência de homem, com a força do boi, com a coragem do leão e com movimentos livres como a águia para dominar o espaço. Eles representam uma ordem de anjos.

3- SERAFINS

Nome de entes celestiais que estavam à roda do trono de Deus, na visão de Isaías. Cada um deles tinha seis asas: com duas cobria a face, e com outras duas cobriam os pés e com duas voavam. E clamavam um para o outro, e diziam: “Santo, Santo, Santo, Senhor Deus dos Exércitos cheia está toda a terra da sua glória”, Is 6. 2,3. Tendo o profeta confessado ser homem de lábios impuros, um dos serafins voou para ele levando na mão uma brasa viva, que havia tomado do altar com uma tenaz, e tocou com ela a boca do profeta dizendo: “Eis aqui tocou esta brasa os teus lábios, e será tirada a tua iniqüidade, e lavado será o seu pecado”.A Escritura nada mais diz a respeito de serafins, senão o que se contém nesta passagem. Quem eram eles? Os serafins eram uma ordem superior de anjos, segundo o entendimento dos judeus.

O relacionamento entre Crente e o Mundo


“Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.” 1Jo 2.15,16

A palavra “mundo” (gr. kosmos) freqüentemente se refere ao vasto sistema de vida desta era, fomentado por Satanás e existente à parte de Deus. Consiste não somente nos prazeres obviamente malignos, imorais e pecaminosos do mundo, mas também se refere ao espírito de rebelião que nele age contra Deus, e de resistência ou indiferença a Ele e à sua revelação. Isso ocorre em todos os empreendimentos humanos que não estão sob o senhorio de Cristo. Na presente era, Satanás emprega as idéias mundanas de moralidade, das filosofias, psicologia, desejos, governos, cultura, educação, ciência, arte, medicina, música, sistemas econômicos, diversões, comunicação de massa, esporte, agricultura, etc, para opor-se a Deus, ao seu povo, à sua Palavra e aos seus padrões de retidão (Mt 16.26; 1Co 2.12; 3.19; Tt 2.12; 1Jo 2.15,16; Tg 4.4; Jo 7.7; 15.18,19; 17.14 ). Por exemplo, Satanás usa a profissão médica, para defender e promover a matança de seres humanos nascituros; a agricultura para produzir drogas destruidoras da vida, tais como o álcool e os narcóticos; a educação, para promover a filosofia ímpia humanista; e os meios de comunicação em massa, para destruir os padrões divinos de conduta. Os crentes devem estar conscientes de que, por trás de todos os empreendimentos meramente humanos, há um espírito, força ou poder maligno que atua contra Deus e a sua Palavra. Nalguns casos, essa ação maligna é menos intensa; noutros casos, é mais. Finalmente, o “mundo” também inclui todos os sistemas religiosos originados pelo homem, bem como todas as organizações e igrejas mundanas, ou mornas.

(1) Satanás (ver Mt 4.10, nota sobre Satanás) é o deus do presente sistema mundano (ver Jo 12.31 nota; 14.30; 16.11; 2Co 4.4; 5.19). Ele o controla juntamente com uma hoste de espíritos malignos, seus subordinados (Dn 10.13; Lc 4.5-7; Ef 6.12,13).

(2) Satanás tem o mundo organizado em sistemas políticos, culturais, econômicos e religiosos que são inatamente hostis a Deus e ao seu povo (Jo 7.7; 15.18,19; 17.14; Tg 4.4; 2.16) e que se recusam a submeter-se à sua verdade, a qual revela a iniqüidade do mundo (Jo 7.7).

(3) O mundo e a igreja verdadeira são dois grupos distintos de povo. O mundo está sob o domínio de Satanás (ver Jo 12.31 nota); a igreja pertence exclusivamente a Deus (Ef 5.23,24; Ap 21.2). Por isso, o crente deve separar-se do mundo.

(4) No mundo, os crentes são forasteiros e peregrinos (Hb 11.13; 1Pe 2.11).
(a) Não devem pertencer ao mundo (Jo 15.19), não se conformar com o mundo (ver Rm 12.2 nota), não amar o mundo (2.15), vencer o mundo (5.4), odiar a iniqüidade do mundo (ver Hb 1.9), morrer para o mundo (Gl 6.14) e ser libertos do mundo (Cl 1.13; Gl 1.4).
(b) Amar o mundo (cf. 2.15) corrompe nossa comunhão com Deus e leva à destruição espiritual. É impossível amar o mundo e ao Pai ao mesmo tempo (Mt 6.24; Lc 16.13; ver Tg 4.4). Amar o mundo significa estar em estreita comunhão com ele e dedicar-se aos seus valores, interesses, caminhos e prazeres. Significa ter prazer e satisfação naquilo que ofende a Deus e que se opõe a Ele (ver Lc 23.35). Note, é claro, que os termos “mundo” e “terra” não são sinônimos; Deus não proíbe o amor à terra criada, i.e., à natureza, às montanhas, às florestas, etc.

(5) De acordo com 2.16, três aspectos do mundo pecaminoso são abertamente hostis a Deus:
(a) “A concupiscência da carne”, que inclui os desejos impuros e a busca de prazeres pecaminosos e a gratificação sensual (1Co 6.18; Fp 3.19; Tg 1.14).
(b) “A concupiscência dos olhos”, que se refere à cobiça ou desejo descontrolado por coisas atraentes aos olhos, mas proibidas por Deus, inclusive o desejo de olhar para o que dá prazer pecaminoso (Êx 20.17; Rm 7.7). Nesta era moderna, isso inclui o desejo de divertir-se contemplando pornografia, violência, impiedade e imoralidade no teatro, na televisão, no cinema, ou em periódicos (Gn 3.6; Js 7.21; 2 Sm 11.2; Mt 5.28).
(c) “A soberba da vida”, que significa o espírito de arrogância, orgulho e independência auto-suficiente, que não reconhece Deus como Senhor, nem a sua Palavra como autoridade suprema. Tal pessoa procura exaltar, glorificar e promover a si mesma, julgando não depender de ninguém (Tg 4.16).

(6) O crente não deve ter comunhão espiritual com aqueles que vivem o sistema iníquo do mundo (ver Mt 9.11 nota; 2Co 6.14 nota) deve reprovar abertamente o pecado deles (Jo 7.7; Ef 5.11 nota), deve ser sal e luz do mundo para eles (Mt 5.13,14), deve amá-los (Jo 3.16), e deve procurar ganhá-los para Cristo (Mc 16.15; Jd 22,23).

(7) Da parte do mundo, o verdadeiro cristão terá tribulação (Jo 16.33), ódio (Jo 15.19), perseguição (Mt 5.10-12) e sofrimento em geral (Rm 8.22,23; 1Pe 2.19-21). Satanás, usando as atrações do mundo, faz um esforço incessante para destruir a vida de Deus dentro do cristão (2Co 11.3; 1Pe 5.8).

(8) O sistema deste mundo é temporário e será destruído por Deus (Dn 2.34,35, 44; 2Ts 1.7-10; 1Co 7.31; 2Pe 3.10 nota; Ap 18.2).

QUEM SÃO DOS DEMÔNIOS?


O que é o demônio?

Demônio são anjos que junto a satanás foram expulso dos céus, quando este rebelou-se contra Deus. (Isaias 14.12-15; Apocalipse 12.3,4). Assim como os anjos tem acesso aos lugares espirituais, os demônios também tem acesso e podem descer às profundezas do ódio, rancor e perversão. Atormentam as pessoas, se apossam delas e as tiram de Deus e da sua verdade.
(Marcos 5.2-5; Atos 13.6-12)

Embora a luxúria, o homossexualismo, a bebedice, a glutonaria e a magia negra seja expressões da carne pecaminosa, essas estão entre as práticas que podem também ser expressões da atividade demoníaca na vida das pessoas. A Esquizofrenia pode ser uma doença mental em alguns, mas em outros pode ser uma possessão dos demônios.

Os anjos possui uma hierarquia, os demônios também tem seus maiorais, "principados e potestades", certamente cidades e regiões são supervisionadas por alguns destes maiorais.

No mundo invisível há conflitos entre os mensageiros de Deus e as forças demoníacas. As orações do Povo de Deus são usadas para restringir as atividades demoníacas e direcionar a ação dos poderes angelicais para controlá-los. (Daniel 10)

Algumas de suas atividades:

1) Tentam subverter o propósito de Deus.
Daniel 10.10-14 ; Apocalipse 16.13-16
2) Tentam estender a autoridade de satanás, cumprindo sua vontade.
Efésios 6.11,12
3) Podem ser usados por Deus na realização de Seus propósitos.
1º Samuel 16.14 e 2º Cor. 12.7
4) Podem causar doenças
Mateus 9.33; Lucas 13.11,16
5) Podem possuir homens
Mateus 4.24
6) Podem possuir animais
Marcos 5.13
7) Opõe ao crescimento dos filhos de Deus
Efésios 6.12
8) Disseminam doutrinas falsas
1º Timóteo 4.1

DÍZIMOS


“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós bênção sem medida.” Ml 3.10, 11 e 12

O Dízimo foi instituído por Deus aos judeus que viviam sob o domínio da Lei. É certo que o Senhor Jesus reconhecia a autoridade desta Lei, era judeu e nascido sob a Lei ("Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei," Gl 4.4), com a missão de cumpri-la ("Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra." Mt 5.17,18). Jesus não determinou de forma direta que o dízimo seria uma obrigação aos participantes da Nova Aliança.

a) Na Bíblia vemos que o primeiro a dar o dízimo foi Abraão
"E de tudo lhe deu Abrão o dízimo." Gn 14.20
Abraão ao regressar da vitória sobre os reis inimigos, deu a Melquisedeque, sacerdote de Deus e rei de Salém, o dízimo de tudo que possuía e despojos da vitória.

b) Jacó movido a dar o dízimo:
"...de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo." Gn 28.22

c) O dízimo é instituído pela Lei Mosaica.
"A décima parte das colheitas, tanto dos cereais como das frutas, pertence a Deus, o SENHOR, e será dada a ele." Lv 27.30 e
"Certamente, darás os dízimos de todo o fruto das tuas sementes, que ano após ano se recolher do campo." Dt 14.22

Os dízimos deveriam ser postos nas mãos dos Levitas, em posse pelo ministério que eles serviam no tabernáculo do concerto, como recompensa por não terem parte na herança da terra.

O Novo Testamento não faz profundas referências a respeito do tema, mas, movidos pelo Espírito Santo, compreendemos que é bom e agradável ofertarmos a Deus.

Paulo escrevendo às igrejas ensina que deveriam fazer coletas, nas quais os servos dariam segundo a sua prosperidade ("Quanto à coleta para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for." 1Co 16.1-2). Uma ação de amor, generosidade e alegria ("E isto afirmo: aquele que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará. Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria. Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra, como está escrito: Distribuiu, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre." 2Co 9.6-9). Não havia uma definição de quantidade (10%), as ofertas eram segundo as posses da cada um. Este é o mesmo entendimento para o dízimo hoje, uma doação à igreja de ofertas agradáveis, que devem ser usadas na manutenção do templo, missões, meios de comunicações, mas, principalmente no auxilio aos irmãos mais carentes, ligados ou não à denominação; afinal, no Reino não há denominações. É inaceitável que as igrejas guardem o dinheiro do Senhor (poupança e aplicações diversas) enquanto há tantos irmãos necessitados de um auxilio financeiro. Usa-se como parâmetro a décima parte, no entanto, não é uma obrigação metódica.

Infelizmente esta questão é uma tema desgastado, geralmente visto pelos não cristãos como um meio de explorar a fé dos mais simples. É lamentável que muitas igrejas realmente agem assim explorando à boa fé de seus membros com promessas de recompensas extraordinárias para aqueles que darem ou pagarem como preferem alguns os seus dízimos.

Paulo escreveu uma carta ao povo de Corinto, na qual diz:
“O homem natural não aceita as cousas do Espírito... pois lhe é loucura; e jamais pode entendê-las.” 1Co 2.14

Dentro das igrejas há muitos que por diversos motivos não aceitam a idéia de reservar uma parte de seus ganhos para o Senhor.
Os questionamentos variam do lógico ao absurdo. Por exemplo:
. Deus não precisa de dinheiro!
. Deus é dono de tudo!
. Não vou encher a barriga de pastor!
. Ganho pouco, e sou pobre!
. Não sobra para o dízimo!
. Tenho escola, e muitas despesas!
. Isto é para os ricos!
. e diversas outras desculpas.

Era a respeito desses que Paulo escrevia, são homens que ainda não entregaram verdadeiramente suas vidas nas mãos do Senhor, vivem uma vida normal, natural e não conseguem enxergar com os olhos do Espírito a vontade de Deus para a vida de seus escolhidos.

Jesus literalmente afirma: “ Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.” Lc 14.33

Esta é a principal condição exigida aos servos, a renúncia. Deixar todas as coisas para trás, princípios, pensamentos, pontos de vistas, conhecimentos, sabedoria.
Ser apenas vasos abertos e prontos para serem cheios. Quando isto acontece, os questionamentos deixam de existir, pois o que importa verdadeiramente é obedecer, fazer a vontade do Pai.

Em relação aos Dízimos, esta deve ser a posição do Servo, entregar o que é devido, deixando em segundo plano a preocupação com o destino que será dado a este dinheiro.

Dar Voluntariamente
"...vossas dádivas, e de todos os vossos votos, e de todas as vossas ofertas voluntárias que dareis ao SENHOR." Lv 23.38
O dizimar era uma obrigação de cada israelita, mas, o desejo de ofertar deveria nascer no interior do coração, marcado por gratidão e alegria, uma ação voluntária, através da qual o Eterno era adorado.

Vida Santa, uma condição
"Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta." Mt 5.23,24
A Santidade é uma condição especial, ela gera comunhão e intimidade com o Pai. Antes de trazermos as nossas ofertas ao Senhor, é necessário fazermos um "balanço" e confessarmos pecados e acertarmos todas situações que destoam da vontade de Deus.

Uma Gratidão.
"Oferece a Deus sacrifício de ações de graças e cumpre os teus votos para com o Altíssimo; invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás." Sl 50.14,15
Ação de dizimar/ofertar é uma demonstração que reconhecemos a soberania de Deus e o cuidado que Ele tem para conosco, abençoando-nos no cotidiano em todos os aspectos de nossa existência.

OS FIÉIS SERÃO ABENÇOADOS!

A) Para que haja mantimento.
Quando há fidelidade nos dízimos, jamais faltará na casa do Senhor meios para que a obra prossiga e muitos sejam alcançados pela palavra. Restaurados e alimentados. É dever ainda da igreja estender as mãos aos necessitados do reino, estes o Senhor diz que sempre hão de haver.

B) Derramarei Bênçãos sem Medidas.
A nossa visão inicial de tudo deve ser espiritual, esta é a visão que verdadeiramente nos interessa. Neste caso, as bênçãos as quais o Senhor refere-se provavelmente não são riquezas materiais, como muitos tem prometido; sim, o crescimento espiritual. Lembre-se:
"Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo." Lc 14.33

C) Vossa vide não será estéril.
Existe a benção de prosperidade prometida aos fieis. Deve-se esperá-la, jamais buscá-la. Pois há tempo para todas as coisas, e o Senhor conhece as necessidades de cada um. A preocupação deve estar em conservar uma vida santa, reta e justa diante de Deus.

D) As Nações vos chamarão de felizes.
Como é bom encontrar um servo fiel, sempre feliz, um rosto formoso que resplandece a paz de Cristo, mesmo em meio às muitas lutas e dificuldades. São estes os fieis do Senhor, que triunfam e voam como águias (Is 40.31) acima de todas as dificuldades.

Sedes fieis ao Senhor nos Dízimos e Ofertas e verão a sua glória.

CÉU E INFERNO! PURGATÓRIO?


“Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? “ Rm 11.34

A Bíblia é um Livro que nasceu no coração de Deus, ditada a homens puros pelo Espírito Santo e contém uma mensagem de cunho totalmente espiritual, direcionada a um povo em especial, eleito, escolhido pelo próprio Deus para viverem uma realidade diferenciada dos demais povos.

Os ensinamentos dados pelo Espírito Santo, jamais devem serem questionados. São na verdade para serem cumpridos no dia-a-dia. Infelizmente, no decorrer dos milênios, muitos homens criaram teses e ou teorias teológicas que deturparam a palavra santa, incluindo ensinamentos falsos e danosos. A existência do Purgatório é um bom exemplo.

O lugar denominado Purgatório, segundo o catolicismo, não é um nível intermediário entre o Céu e o Inferno, mas um local de purificação onde ficam as almas das pessoas que morreram em estado de graça -isto é, salvas-, mas ainda precisariam se preparar para ter condições de ver Deus nos Céus. A sua existência foi teorizada no pontificado do Papa Gregório I, em 593, com base no livro de 2º Macabeus 12.42-46 (livro Apócrifo e que consta na versão católica da Bíblia). Em 1439, no Concílio de Florença, a doutrina foi aprovada e confirmada depois, em 1563 no Concílio de Trento.

A Palavra Divina em sua totalidade nos apresenta apenas dois destinos eternos, são eles: Céu e Inferno. E encontram-se na dimensão espiritual. O Céu é destinados àqueles que perseveraram nas doutrinas determinadas por Deus e o Inferno aos desobedientes às verdades bíblicas.

Medite nestes textos:

a) "Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno." Dn 12.2;
b) "Ora, havia certo homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo e que, todos os dias, se regalava esplendidamente. Havia também certo mendigo, chamado Lázaro, coberto de chagas, que jazia à porta daquele; e desejava alimentar-se das migalhas que caíam da mesa do rico; e até os cães vinham lamber-lhe as úlceras. Aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado. No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio. Então, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim! E manda a Lázaro que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente, os males; agora, porém, aqui, ele está consolado; tu, em tormentos. E, além de tudo, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que querem passar daqui para vós outros não podem, nem os de lá passar para nós. Então, replicou: Pai, eu te imploro que o mandes à minha casa paterna, porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de não virem também para este lugar de tormento. Respondeu Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos. Mas ele insistiu: Não, pai Abraão; se alguém dentre os mortos for ter com eles, arrepender-se-ão. Abraão, porém, lhe respondeu: Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos."Lc 16.19-31;
c) "Ora, se é corrente pregar-se que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como, pois, afirmam alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos?... Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos... Mas alguém dirá: Como ressuscitam os mortos? E em que corpo vêm? Insensato! O que semeias não nasce, se primeiro não morrer; e, quando semeias, não semeias o corpo que há de ser, mas o simples grão, como de trigo ou de qualquer outra semente. Mas Deus lhe dá corpo como lhe aprouve dar e a cada uma das sementes, o seu corpo apropriado. Nem toda carne é a mesma; porém uma é a carne dos homens, outra, a dos animais, outra, a das aves, e outra, a dos peixes. Também há corpos celestiais e corpos terrestres; e, sem dúvida, uma é a glória dos celestiais, e outra, a dos terrestres. Uma é a glória do sol, outra, a glória da lua, e outra, a das estrelas; porque até entre estrela e estrela há diferenças de esplendor. Pois assim também é a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo na corrupção, ressuscita na incorrupção. Semeia-se em desonra, ressuscita em glória." 1Co 15.12,21,35-42;
d) "Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro;" 1Ts 4.16

Em lugar algum, a Bíblia faz referência ao purgatório e ou a existência de um local de purificação pós-morte.

1 – Céu:

Na visão dos judeus achava-se simbolizado pelo Santo dos Santos, e era a Casa de Deus e dos anjos. O Senhor Jesus Cristo era originário deste céu e para o qual voltou após a ressurreição ("Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir." At 1.11) e em breve retornará a terra ("Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro." 1Ts 4.16). Paulo foi levado a este céu ("Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos, foi arrebatado até ao terceiro céu (se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe)" 2Co 12.2).
A falta de entendimento sobre as coisas espirituais, até mesmo, pela incapacidade do homem em compreender a “dimensão espiritual” na qual o Senhor encontra-se, bem como, o Seu reino; faz surgir diversas idéias extremamente pobres sobre o paraíso. Entre elas:
- O céu é um lugar vazio, todos ficarão “boiando” no espaço, numa eternidade cansativa;
- O homem será desprovido de entendimento e vontade;
- A memória será apagada, inclusive, perdendo-se a identidade pessoal;
- Não reconheceremos uns aos outros;
- entre outras.

É preciso compreender que o Senhor Deus vive numa “dimensão” a espiritual, totalmente diferente desta na qual vivemos, física e dependente do tempo. O Pai está numa região onde as coisas existem, numa pobre comparação, tão palpável quanto as existente aqui neste planeta; porém, numa magnitude incompreensível a mais brilhante das mentes humanas. Paulo diz: “... arrebatado ao Paraíso e ouviu palavras indizíveis, as quais não é lícito ao homem referir”. 2Co 12.4. É necessário que nossa mente seja aberta e que cresça a idéia de quão magnífico é o Senhor, Suas obras são poderosas e perfeitas. O céu é um paraíso, maravilhoso demais para ser descrito por palavras humanas, preparadas exclusivamente para os que permaneceram firme nas promessas de Salvação. Nos céus seremos eternamente felizes, está diante do Todo Poderoso e contemplar a sua glória e amor será o nosso prazer. A contemplação da glória do Senhor Jesus nos fará entender a extensão do sacrifício e quanto nos amou; em nosso peito arderá o desejo de “gastarmos” a eternidade em louvores infindáveis ao Rei dos Reis.

O Céu é
prometido àqueles que são fiéis às ordenanças de Deus.
a) “Na casa de meu Pai há muitas moradas." Jo 14.2
b) “Assim diz o Senhor: O céu é o meu trono.” Is 66.1

O Céu é:

a) Lugar eterno:
"Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus." 2Co 5.1;
"O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; cetro de eqüidade é o cetro do teu reino." Sl 45.6;
"O teu reino é o de todos os séculos, e o teu domínio subsiste por todas as gerações. O SENHOR é fiel em todas as suas palavras e santo em todas as suas obras." Sl 145.13.
b) Alto lugar:
"Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos." Is 57.15
c) Lugar de paz, sem fome, sem tristeza, dores e choro:
"Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum, pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima." Ap 7.16,17

Não é simbólico ou um estado de espírito. É real, não posso descrevê-lo, é impossível, maravilhoso demais!

Foram levados para esse lugar em vida:

a) Enoque: "Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte; não foi achado, porque Deus o trasladara. Pois, antes da sua trasladação, obteve testemunho de haver agradado a Deus." Hb 11.5
b) Elias: "Indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho." 2Rs 2.11
c) Senhor Jesus que retornou: "Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir." At 1:11.

Foram arrebatados e contemplaram os céus:

a) Estevão: "Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus e Jesus, que estava à sua direita, e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus." At 7:55,56
b) Paulo: "Se é necessário que me glorie, ainda que não convém, passarei às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos, foi arrebatado até ao terceiro céu (se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe) e sei que o tal homem (se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe) foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir." 2Co 12.1-4
c) João: "Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta, dizendo: O que vês escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro. A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo; os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas. Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força. Quando o vi, caí a seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno." Ap 1:10-18

2- Inferno:

A existência do Inferno é incontestável!
O verdadeiro Servo é aquele que está na presença do Pai, não pelo medo do inferno, sim, pelo prazer e satisfação de honrar e glorificar ao Senhor Deus.

Na Bíblia as palavras: Geena, Hades, Tártaro (grego) e Sheol (hebraico), são traduzidas pela palavra Inferno.

O Inferno é descrito como:

a) Castigo eterno: "E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna." Mt 25.46
b) Fogo eterno: "Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos." Mt 25.41
c) Chamas eternas e Fogo devorado: "Os pecadores em Sião se assombram, o tremor se apodera dos ímpios; e eles perguntam: Quem dentre nós habitará com o fogo devorador? Quem dentre nós habitará com chamas eternas?" Is 33.14
d) Fornalha acesa: "Mandará o Filho do Homem os seus anjos, que ajuntarão do seu reino todos os escândalos e os que praticam a iniqüidade e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes... Assim será na consumação do século: sairão os anjos, e separarão os maus dentre os justos, e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes." Mt 13.41,42,49,50
e) Lago de fogo: "E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo." Ap 20.15
f) Fogo e enxofre: "Seguiu-se a estes outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro." Ap 14.9,10
g) Fogo que não apaga: "A sua pá, ele a tem na mão e limpará completamente a sua eira; recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível." Mt 3.12
h) Lugar de punição: "Ora, se Deus não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo;" 2Pe 2.4
i) Lugar de tormento: "No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio." Lc 16.23

3- PURGATÓRIO:

Trata-se de uma invenção do catolicismo, criada pelo papa Gregório I, em 593. O Concílio de Florença, realizado em 1439 a aprovou e foi confirmada no Concílio de Trento, em 1563. Sua sustentação está no livro de 2º Macabeus 12.42-46 (livro apócrifo.)

Não há na Bíblia textos que afirmam a existência do purgatório, na realidade, a Palavra de Deus mostra com clareza a existência de apenas dois destinos eternos, o Céu e o Inferno, que são selados com a morte.
Ouça as Palavras de Cristo:
"E Jesus terminou assim: —Portanto, estes irão para o castigo eterno, mas os bons irão para a vida eterna." Mt 25.46

O malfeitor crucificado ao lado do Senhor Jesus, tomado pelo arrependimento, recebeu a remissão dos pecados e a promessa da eminente ida para os céus. Cristo não disse: Passe uma temporada no purgatório, purifique-se e venha aos céus! As palavras do Senhor foram: “...em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.” Lc. 23:43.

A Bíblia Sagrada nos afirma:
“O sangue de Jesus Cristo, nos purifica de todo o pecado.” 1 Jo 1:7
A purificação dada por Cristo é suficiente para restaurar por completo nossa vida, transformando-nos em "Novas Criaturas": "E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas." 2Co 5:17

Só pela graça do Senhor Jesus somos salvos, por meio da fé e jamais exclusivamente pelas obras de justiça que possamos fazer.
Leia:
"Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie." Ef 2:8,9;
"Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação. Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será confundido. Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo." Rm 10:9-13;
"Visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que crêem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus. Onde, pois, a jactância? Foi de todo excluída. Por que lei? Das obras? Não; pelo contrário, pela lei da fé. Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei." Rm 3:20-28;
"Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado. Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira." Rm 5:1-9.

A Bíblia não deixa-nos dúvida quanto à forma de Salvação.
Lembre-se:
Se temos ciência da existência de Deus, Jesus, Espírito Santo, diabo, demônio, anjos, céus, inferno, salvação, condenação, etc. ela veio através das páginas da Bíblia, não há outra fonte que traz a existência tal realidade. Portanto, é preciso que nos encaixemos nas verdades da Bíblia quanto à salvação. Não é uma atitude sábia trocarmos as informações bíblicas por teses e ou teorias teológicas criadas com fins duvidosos; o purgatório é um bom exemplo da ação humana.

Deixe o Espírito Santo de Deus envolver a tua vida!

A Jornada 40 Anos




40 ANOS NO DESERTO


As peregrinações que os filhos de Israel realizaram, marchando desde o Egito até à terra de Canaã, foram uma escola importante para sua instrução. Foi em Ramessés que principiou a marcha dos israelitas. O caminho direto deste lugar para Canaã teria sido pela terra dos filisteus, ao norte dos lagos Amargos, e ao longo da orla setentrional do deserto de Sur. Todavia, essa direção foi-lhes proibida (Ex 13.17,18); e por isso, depois de por certo tempo tomarem o rumo oriental, prosseguiram para o sul, exultando certamente com isso o Faraó, porque julgava assim em seu poder. Acamparam a primeira noite em Sucote, que não devia ter sido longe de Ramessés. Pela segunda tarde chegaram à orla do deserto, em Etã. Provavelmente agora deviam ter seguido para o Oriente, mas foi-lhes ordenado que "retrocedam e que acampem defronte de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baat-Zefom" (Ex 14.2); era um estreito desfiladeiro, perto da costa ocidental do Golfo, entre os montes que guarnecem o mar e uma pequena baia ao sul. Ficavam deste modo "desorientados na terra". Esse movimento teve o efeito de atrair o Faraó, para junto deles; e o desígnio de alterar desta forma a linha da sua marcha foi revelada a Moisés (Ex 14.17). Os egípcios aproximaram-se dos israelitas quando estes estavam acampados diante do braço ocidental do mar Vermelho. Como, quer na extensão, quer na profundidade do golfo de Suez, se operou uma notável mudança no decorrer destes últimos trezentos anos, em virtude duma grande acumulação de areia, é por esta razão impossível determinar o lugar onde os israelitas atravessaram. Eles passaram pelo mar em seco para o lado oriental, perto do sítio agora chamado Ayun Musa (poços de Moisés), principiando aqui o deserto de Sur (Ex 15.22), ou o deserto de Etã (Nm 33.8). Estas duas expressões de aplicam à parte superior do deserto; este deserto estende-se desde o Egito até à praia oriental do mar Vermelho, e alarga-se para o Norte até à Palestina. O caminho que os israelitas tomaram é uma larga vereda pedregosa, entre as montanhas e a costa, na qual correm no inverno vários ribeiros, que nascem nos montes. Nesta ocasião tudo devia estar seco. O lugar onde primeiramente estacionaram foi Mara (amargo), onde foi operado o milagre de se tornar doce a água amarga (Ex 15.23-25). O sítio onde isto aconteceu é, provavelmente, Ain Hawara, perto do riacho, chamado Wady Amarah, que tem a mesma significação de Mara.
A seguinte estação foi Elim, "onde havia doze fontes de água e setenta palmeiras" (Ex 15.27); este sítio fixado por Niebhr e Burckhardt no vale onde corre Ghurundel, que é a maior de todas as correntes, no lado ocidental da península. Este vale contém agora tamareiras, tamargueiras, e acácias de diferentes espécies. Obtém-se aqui água em abundância, cavando poços; há, também, uma copiosa nascente, com um pequeno regato. Chegaram depois os israelitas ao deserto de Sim, "entre Elim e Sinai" (Ex 16.1), no sopé da escarpada cumeeira de et-Tih, um nome que significa "divagação"; é "um deserto medonho, quase inteiramente destituído de vegetação". Foi logo depois de terem entrado neste deserto que os israelitas obtiveram miraculosa provisão de codornizes e de maná. Os estudiosos supõe que eles tomaram em seguida a direção do sueste, marchando para a cordilheira do Sinai. Neste caso, a sua passagem teria sido pelo extenso vale, a que os árabes chamam Wady Feiran. Passaram depois por Dofca e Alus. O vale Feiran é o sítio mais fértil de toda a região; e é aqui que devemos procurar Refidim, onde pela primeira vez foram atacados (Ex 17.8-13). Jetro, sogro de Moisés, também o visitou em Refidim; e pelo seu conselho foram nomeados juízes para ajudar o chefe israelita na ação judicial (Ex 18). E aqui, entre elevados picos, estava a rocha que, por mandado de Deus, foi ferida por Moisés, saindo dela depois abundância de água.
Em seguida fizeram seu acampamento no ermo do Sinai, onde o Todo-poderoso revelou à multidão a Sua vontade por meio de Moisés; foi dado o Decálogo (dez mandamentos) ao homem, e foi estabelecido o Pacto (Ex 20.1-17; 24.7,8). Neste deserto também se deu o caso do culto prestado ao bezerro de ouro, e a enumeração do povo, e a construção do tabernáculo; além disso, Arão e seus filhos foram consagrados, celebrou-se a segunda Páscoa, e morreram Nadabe e Abiú por terem oferecido fogo estranho ao Senhor. O monte, onde a Lei foi dada, chama-se Horebe no Deuteronômio, e Sinai nos outros livros do Pentateuco (5 livros: Gn, Ex, Lv, Nm e Dt). Provavelmente o primeiro nome designa todo o território, e o outro simplesmente a montanha, onde foi revelada a Lei. Permaneceram os israelitas no deserto do Sinai um ano aproximadamente, aparecendo de novo o sinal para a partida. Desde então as suas marchas e acampamentos foram sempre dirigidos pelo Senhor. Uma nuvem, que manifestava a Sua presença, cobria o tabernáculo de dia, e à tarde estava sobre o tabernáculo uma aparência de fogo até à manhã" (Nm 9.15). O levantar da nuvem era sinal de avançar, caminhando eles após ela; e, quando parava a nuvem sobre o tabernáculo, queria isso dizer que deviam acampar de novo. As suposições, são que eles passaram para o norte, ao longo do Wady esh-Sheikh, entrando numa grande planície chamada el-Hadharah, na qual estava Taberá, nome que significa "incêndio", e que lhe foi dado em virtude de ser ali destruído pelo fogo, que caiu do céu, num certo número de israelitas insurgentes (Nm 11.1-3). A estação seguinte foi Quibrote-Taavá, ou os "sepulcros da concupiscência" (Nm 11.34; 33.16). De Quibrote marcharam para Hazerote onde ocorreu a sedição de Miriã e Arão (Nm 12). As estações nesta parte do deserto foram Ritmá, Rimom-Perez, Libna e Cades-Barneia, sendo alcançado provavelmente este último lugar pelo mês de junho mais ou menos. Quando se aproximava da Terra Prometida, foram mandados alguns espias (espiões) para a examinarem; mas, quando voltaram, as suas informações foram de tal modo aterrorizadores que o povo se revoltou; e por esta razão os hebreus tiveram de errar no deserto pelo espaço de quarenta anos. Saindo os israelitas de Cades-Barneia, depois da sua segunda visita, em que houve a provocação ao Senhor nas águas de Meribá, vieram eles até ao monte de Hor, perto de Petra, onde morreu Arão.
Esse monte, verdadeiro trono de desolação, consta de quebradas, de ruínas e de escuras profundidades. Os árabes chamam-lhe Jebel Neby Hayran, que quer dizer: o "monte do profeta Arão"; e ainda hoje, quando uma caravana oriental avista seu cume, sacrifica um cordeiro em memória daquele grande sacerdote. Passando pelo Wadi Arabah (provavelmente o "deserto de Zin") para Eziom-Geber (da segunda vez) e Elate, o povo chegou ao golfo oriental do mar Vermelho, e voltou para o norte pelo deserto oriental da Arábia. Neste lugar existe um grande desfiladeiro, vindo do nordeste através das montanhas, constituindo a principal passagem no Wadi Arabá para o deserto. A ascensão dos israelitas foi, sem dúvida por esta estreita passagem, quando de desviaram do mar Vermelho, e voltaram aos territórios de Edom. Nesta ocasião o povo estava muito desanimado por causa do caminho, e murmurou conta Deus e contra Moisés. As suas murmurações foram castigadas, aparecendo entre eles umas serpentes ardentes, cujas mordeduras produziam a morte; mas, por mandado do Senhor, foi levantada uma serpente de bronze, sendo curados os que para ela olhavam com fé. Prosseguiram depois a sua viagem pelas faldas orientais das montanhas de Seir.
Os edomitas que primeiramente lhes haviam recusado a passagem pela sua terra, agora consentiam, fornecendo-lhes também alimentos para o seu caminho (Dt 2.3-6). Nada se sabe das suas passagens até que chegaram a Zerede, um pequeno ribeiro que corre pelas montanhas até à extremidade ocidental do mar Morto. E partindo daquele Sítio "acamparam-se na outra margem de Arnom, que... é o termo de Moabe, entre Moabre e os Amorreus" (Nm 21.13). E dali se dirigiram para Beer, ou Beer-Elim, o poço dos nobres do povo, onde vendo que estavam quase chegados ao fim do deserto, e na perspectiva duma rápida entrada na Terra Prometida, entoaram o "cântico do poço" (Nm 21.17,18).
Os israelitas, após este acontecimento, desbarataram o seu terrível inimigo Seom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom, e cujos territórios se estendiam ao longo das praias do mar Morto, e pelo vale oriental do Jordão até ao rio Jaboque. Saindo vitoriosos na guerra contra Ogue, que ganhara os territórios ao oriente do mar da Galiléia, os israelitas apoderaram-se da parte oriental do vale do Jordão. Estas terras conquistadas, sendo boas para pastagens, foram cedidas às tribos de rúben e Gade, e à meia tribo de Manassés, que tinha muito gado; mas foi com a condição de auxiliarem as outras tribos na sua conquista de Canaã, ao ocidente do Jordão (Nm 32; Dt 3.8-20; Js 1.12-18). E por este motivo a seguinte estação foi chamada Dibom-gade, para distinguir de outra Dibom pertencente aos rubenitas (Js 13.17). As ruínas desta povoação, com o nome de Dibom, vêem-se cerca de seis quilômetros ao norte do rio Arnom. Deste lugar caminharam para Almom-Diblatain ou Diblataim, de onde seguiram para as serras de Abarim, em frente do monte Nebo. Finalmente acamparam perto do Jordão, desde Bete-Jesimote até Bete-Sitim, em frente de Jericó (Nm 33.49).
E assim terminou uma jornada de quarenta anos, atravessando principalmente lugares desertos, viagem que podia ter-s efetuado nalgumas semanas.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Entendes o que lês ?

"Allahu Akbar, Allahu Akbar." "Deus é grande, Deus é grande."

Essa é a forma de os mulçumanos chamar os fiéis para a oração que se impõe logo ao amanhecer. Sentei-me no chão para falar com rapazinho que estava lendo o alcorão. Tinha aberto no Surah, o mais famoso livro santo do islamismo e recitava com evidente orgulho: "Bismillah arrahman arrahim, alhamdulilah, arrabi alalamin." Para sua grande surpresa, repeti com ele as palavras e um sorriso alegre encheu-lhe o rosto. Um cafir, um infiel, sabia ler e recitar o alcorão!

Depois de um tempo escutando-o recitar, começamos a conversar em francês e perguntei-lhe:

- Entendes o que lês?

- Não, nenhuma palavra! Nenhuma palavra! - disse-me, surpreendido pela pergunta.

- Gostaria de explicar, mas o mais importante é saber dizer bem e não entender o que significa.

- E com isso regressou à leitura, à recitação cega da escritura de uma língua que lhe era estranha, imaginando que assim estava agradando a Deus e conhecendo-o mais.

Hoje em dia dispomos de traduções da Bíblia em nossa própria língua e não temos só uma, mas muitas traduções. Já vivemos nos dias em que a missa só se dizia em latim e era considerado "pecado" ler a Bíblia em nossa própria língua. Muitos foram os que pagaram com sua própria vida para que a Bíblia fosse traduzida nas línguas dos povos e chegasse aos que desejavam lê-la, para hoje podermos desfrutar desta liberdade de culto e leitura.

Não é assim com o islamismo. O alcorão é "intraduzível", sendo escrito em "língua celestial". Nunca se encontrará uma tradução do alcorão, somente há comentários e "interpretações". Uma versão, por exemplo, se intitula "O significado do glorioso alcorão", mas não se considera uma tradução. Não deve nem pode ser traduzido, basicamente porque o conceito islâmico da inspiração ou da revelação não o permite. Não tem nada a ver com o conceito cristão.

Segundo o islamismo, Maomé não foi inspirado, mas recebeu uma revelação do anjo Gabriel, o qual estava lendo o "livro-mãe" que existe no céu, em árabe, evidentemente. Ali não entram fatores humanos, temporais, nem socioculturais. O alcorão é uma cópia terrena do original celestial, eternamente coexistente com Deus. Como então poderia ser expresso em línguas puramente humanas? Estamos certos que isso é um dos pontos mais fracos da teologia islâmica, a existência de uma eterna e imutável "Palavra de Deus" como Allá, aproximando-se perigosamente do maior pecado segundo o islamismo, shirq ou blasfêmia, tornando algo ou alguém igual a Deus.

Façamos um parêntese aqui. Que coisa é esta de uma língua celestial? Não seria estranho Deus falar no dialeto árabe de Maomé, uma língua semita da península arábica do século7? Ou qualquer outra língua, incluindo o hebraico, limitado no tempo e no espaço a um grupo restrito de pessoas? Estamos certos que não existe "o idioma sagrado", já que a Bíblia demonstra um desenvolvimento constante neste idioma e os escritos mais novos da Bíblia refletem um "hebraico" bem distinto do que se usava nos primeiros séculos. Em qual idioma, então, fala Deus? Será que Deus sempre falou assim? Se, na realidade, a língua é produto de uma evolução de muitos séculos?

São muitas as experiências feitas para demonstrar que Deus fala este ou aquele idioma, desde o hebraico (evidentemente!), o árabe, passando pelo inglês, o alemão e o chinês. No século 8, o imperador romano Frederico II de Hohenstaufen copiou a metodologia usada pelo faraó Psametico do Egito, dois mil anos antes de nossa era, ao criar duas crianças por um criado surdo e mudo, supondo que assim revelaria a verdadeira língua do céu. Aprenderam a comunicar-se com um método de ruídos e morreram antes de pronunciar uma só palavra. A mesma experiência tiveram posteriormente crianças criadas por um governante turco, tentando demonstrar que o árabe era a língua do céu.

Na Bíblia, cada vez que Deus fala, usa a língua do seu ouvinte. Consideremos o Espírito fala a Ananias ou a Palavra de Deus que vem a Abrão. Não houve necessidade de ensinar-lhes primeiramente uma língua celestial; Deus se comunicou na língua deles. E que é isto de línguas "angelicais"? Do mesmo modo, quando escutamos um anjo falar por meio das páginas da Bíblia, seja em sonho, visão ou aparência real, fala no idioma da pessoa que recebe a sua mensagem. Vê-se, então, grande capacidade lingüística ou talvez a comunicação do céu é mais ao coração e não há necessidade de passar pelo cérebro, boca e ouvido, como fazemos.

Voltamos ao nosso tema. Podemos analisar que não é só o alcorão que é intraduzível, mas também toda a prática da religião islâmica está encerrada nos conceitos e hábitos do século 7. A vestimenta, as leis, as relações humanas no mundo, tudo não passa somente de uma imposição e pretensões de um mercador árabe daquela época (Maomé). Segundo esse conceito, Deus revelou a sua Palavra eterna e intraduzível neste meio e a sociedade humana ideal ficou então "parada" naquele momento.

Graças a Deus que nosso conceito da revelação não nos leva a estas conclusões, mas nos permite uma contextualização da mensagem eterna do Evangelho à nossa realidade temporal, incluindo a tradução da sua Palavra. Temos certeza de que Deus inspirou os autores bíblicos, mas cada um escrevia em sua própria língua, colocando também o seu estilo único em seus escritos. O grego de Marcos não é o mesmo de João, nem o hebraico de Isaías é o mesmo de Jeremias. Usaram a linguagem normal e corrente, impregnada dos costumes socioculturais dos seus tempos e de sua personalidade.

Por causa desta variedade de idiomas da Bíblia, entendemos também que Deus autorizou o processo de tradução de sua mensagem em todas as línguas. Não existem línguas "sagradas" mais aptas para a expressão religiosa que as outras. O latim não é "veículo santo" para a mensagem bíblica, só era a língua vernácula documentada há 600 anos antes de Cristo e usada pelo povo romano, e nada mais. Nem o grego clássico, o dialeto atiço dos escritores famosos, mas sim o Koiné ou "comum" (da palavra grega Koinonia ou "comunhão"), a língua do povo.

Deus deseja que a sua Palavra chegue a todas as línguas, a todos os povos, raças, tribos e nações, para que todos possam entender o que lêem e não ficar em vãs repetições. Graças ao Senhor por isso!

VOCÊ TEM IDADE O SUFICIENTE?



"Ele comerá manteiga e mel quando souber desprezar o mal e escolher o bem."
Isaías 7:15


Qual é a sua idade? Você tem idade suficiente?

- Idade suficiente para quê? - você deve ponderar. Ah! Esta é a pergunta

Vamos dizer que você queira dirigir um carro. A lei diz que você com 18 anos tem idade

Suficiente, apesar de os seus pais discordarem!

Vamos supor que você queira votar. A idade suficiente é 16 anos.

Vamos supor que você queira receber INSS. Desculpe, mas você terá de esperar até quando tiver uns 60 anos.

Então, quando é que você tem idade suficiente? Se o seu pai e sua mãe são como a maioria dos pais, eles provavelmente usaram esta frase um zilhão de vezes. Mas como a maioria dos pais, sua mãe e seu pai provavelmente nunca explicaram qual é a "idade suficiente". Cinco? Dez? Dezesseis? Qualquer outra?

Bem, até mesmo a criança mais nova entende que algumas coisas são certas e outras são erradas. Por sermos criados à imagem de Deus, um pouco do seu conhecimento é instintivo. É por isso que uma criança de dois anos grita: "Não!" Quando outra criança tira o brinquedo dela.

As crianças crescem, é claro, e começam a acrescentar mais ao conhecimento básico do certo e errado. Mas o fio da meada é este: você não precisa ter cabelos brancos - ou uma educação de oitava série - para saber o que é certo e o que é errado. Isso é matéria básica.

Algumas escolhas e decisões podem ser complicadas como aquela coisa do barco salva-vidas. Você conhece a situação: você é uma das oito pessoas que estão num barco salva-vidas no mar cheio de tubarões; o barco só agüenta sete pessoas; uma tem de ficar de fora. Todos vocês morrem ou vocês sacrificam uma pessoa para salvar outras sete? Este tipo de coisa. Mas quando é que foi a última vez que você esteve num barco salva-vidas num barco cheio de tubarões? Não vamos perder tempo com isso, certo?

Para a maioria de nós, as perguntas do certo e errado são bem básicas e diretas. A questão não é: "Está certo ou errado?" Essa é bem óbvia. A pergunta geralmente é: "Estou fazendo a coisa certa?" Em outras palavras, se você tem "idade suficiente", você cresceu o suficiente para fazer o certo. É isso que realmente importa.

Reflita: A maioria das escolhas entre o certo e o errado que você encara na vida são bem simples e óbvias. Mas você tem alguma pergunta sincera sobre alguma ação que não sabe se é certa ou errada? Se tiver, fale com alguém (pais, pastor ou um adulto de sua inteira confiança) o mais rápido possível.

Ore: "Senhor, ajuda-me a estar alerta para as escolhas que eu tenho de fazer. Ajuda-me a lembrar que eu tenho idade suficiente para fazer as escolhas certas."

TER FÉ SIM, MAS FÉ EM QUE OU EM QUEM E COMO?



Hoje em dia é comum as pessoas dizerem que possuem fé, mas não sabem no que ou em quem se deve ter fé.

Por óbvio, o conceito primitivo e original da palavra fé consiste na confiança, credibilidade, crença, crédito, na pessoa de Deus e de sua Palavra:

Números 14:11 - "Disse então o Senhor a Moisés: Até quando me desprezará este povo e até quando não crerá em mim, apesar de todos os sinais que tenho feito no meio dele?"

Hebreus 11:6 - "Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, (...)."

As pessoas pensam que basta crerem que Deus existe, mas até os demônios crêem em Deus, pois O conhecem face a face, e, por isso, tremem de medo (Tiago 2:19; Jô 1:6; I Reis 22:19-23; II Crônicas 18:18-23; Mateus 8:28-29; Ezequiel 28:13-14).

Como os demônios, muitos crêem que Deus existe, mas não Lhe obedecem, não Lhe servem, não fazem o que Lhe agrada, não O buscam, não O amam, não dão ouvidos à sua Palavra, Lhe são rebeldes, desobedientes, insubmissos ...

Deuteronômio 9:22-25 - "Igualmente em Tabera, e em Massá, e em Quibrote-Hataavá provocastes à ira o Senhor. Quando também o Senhor vos enviou de Cades-Barnéia, dizendo: Subi, e possuí a terra que vos dei; vós vos rebelastes contra o mandado do Senhor vosso Deus, e não o crestes, e não obedecestes à sua voz. Tendes sido rebeldes contra o Senhor desde o dia em que vos conheci. Assim me prostrei perante o Senhor; quarenta dias e quarenta noites estive prostrado, porquanto o Senhor ameaçara destruir-vos."

II Crônicas 20:20 - "(...) Crede no Senhor vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas, e sereis bem sucedidos."

II Samuel 22:2-4 - "O Senhor é o meu rochedo, a minha fortaleza e o meu libertador. É meu Deus, a minha rocha, nele confiarei; é o meu escudo, e a força da minha salvação, o meu alto retiro, e o meu refúgio. O meu Salvador; da violência tu me livras. Ao Senhor invocarei, pois é digno de louvor; assim serei salvo dos meus inimigos."

I Pedro 2:6-8 - "Por isso, na Escritura se diz: Eis que ponho em Sião uma principal pedra angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido. E assim para vós, os que credes, é a preciosidade; mas para os descrentes, a pedra que os edificadores rejeitaram, esta foi posta como a principal da esquina, e: Como uma pedra de tropeço e rocha de escândalo; porque tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados."

Isaías 43:10 - "Vós sois as minhas testemunhas, do Senhor, e o meu servo, a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais e entendais que eu sou o mesmo; antes de mim Deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá."

Do que adianta crer que Deus existe, mas não acreditar nas Palavras de Deus? Do que adianta crer em Deus e em sua Palavra, mas não a viver, cumprir, obedecer, observar, respeitar, por em prática? Quando você diz que acredita/crê numa pessoa, isso, por acaso, significa simplesmente que você crê que a pessoa exista ou que você confia nas palavras e atitudes dessa pessoa?

I João 2:3-7 - "E nisto sabemos que o conhecemos; se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade; mas qualquer que guarda a sua palavra, nele realmente se tem aperfeiçoado o amor de Deus. E nisto sabemos que estamos nele; aquele que diz estar nele, também deve andar como ele andou."

João 14:15 - "Se me amardes, guardareis os meus mandamentos."

João 14:21 - "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele."

João 14:23-24 - "Respondeu-lhe Jesus: Se alguém me amar, guardará a minha palavra (...).Quem não me ama, não guarda as minhas palavras (...)."

João 5:38 - "(...) sua palavra não permanece em vós; porque não credes naquele que ele enviou"

João 5:47 - "Mas, se não credes nos escritos, como crereis nas minhas palavras?"

João 8:47 - "Quem é de Deus ouve as palavras de Deus; por isso vós não as ouvis, porque não sois de Deus."

Atos 24:14 - "Mas confesso-te isto: que, seguindo o caminho a que eles chamam seita, assim sirvo ao Deus de nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na lei e nos profetas,"

Mas, afinal, o que é fé? "Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem.." (Hebreus 11:1).

II Coríntios 5:7 - "(...) andamos por fé, e não por vista.);"

I Coríntios 14:22 - "De modo que as línguas são um sinal, não para os crentes, mas para os incrédulos; a profecia, porém, não é sinal para os incrédulos, mas para os crentes."

I Coríntios 1:17-29 - "Porque Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho; não em sabedoria de palavras, para não se tornar vã a cruz de Cristo. Porque a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus. porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, e aniquilarei a sabedoria o entendimento dos entendidos.Onde está o sábio? Onde o escriba? Onde o questionador deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? Visto como na sabedoria de Deus o mundo pela sua sabedoria não conheceu a Deus, aprouve a Deus salvar pela loucura da pregação os que crêem. Pois, enquanto os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria, nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos, mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus.

Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte que os homens.

Ora, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos. nem muitos os nobres que são chamados.

Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para confundir os sábios; e Deus escolheu as coisas fracas do mundo para confundir as fortes; e Deus escolheu as coisas ignóbeis do mundo, e as desprezadas, e as que não são, para reduzir a nada as que são; para que nenhum mortal se glorie na presença de Deus."

I Corintíos 3:19-20 - "Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na sua própria astúcia; e outra vez: O Senhor conhece as cogitações dos sábios, que são vãs."

Provérbios 3:5 - "Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento."

Jó 5:13 - 'Ele apanha os sábios na sua própria astúcia, e o conselho dos perversos se precipita." (I Coríntios 3:19).


Mateus 11:25 - "Naquele tempo falou Jesus, dizendo: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos." (Lucas 10:21).

Assim, fé, em síntese, é a crença religiosa cega (sem fundamentos, evidências, provas ...) em argumentos racionais ou lógicos.

É claro que se precisa ter fé e que o justo será salvo por causa de sua fé (Habacuque 2:4; Rom 1:17; Gálatas 3:11).

Mas não é por isso que podemos pensar que nada de produtivo teria nas pregações da Palavra de Deus que ela poria em dúvida a crença dos que crêem ao seu modo, pois o que importaria seria que tenham fé, sem importar a religião e desde que ela fosse do bem, para o bem e no amor, pois sobre futebol, política, religião e saldo bancário não se conversa, pergunta, discute ...

Romanos 10:13-14 - "Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como pois invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram falar? e como ouvirão, se não há quem pregue?"

Ezequiel 3:18-21 - 'Filho do homem, eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; quando ouvires uma palavra da minha boca, avisá-los-ás da minha parte. Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; se não o avisares, nem falares para avisar o ímpio acerca do seu mau caminho, a fim de salvares a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua iniqüidade; mas o seu sangue, da tua mão o requererei: Contudo se tu avisares o ímpio, e ele não se converter da sua impiedade e do seu mau caminho, ele morrerá na sua iniqüidade; mas tu livraste a tua alma.
Semelhantemente, quando o justo se desviar da sua justiça, e praticar a iniqüidade, e eu puser diante dele um tropeço, ele morrerá; porque não o avisaste, no seu pecado morrerá e não serão lembradas as suas ações de justiça que tiver praticado; mas o seu sangue, da tua mão o requererei. Mas se tu avisares o justo, para que o justo não peque, e ele não pecar, certamente viverá, porque recebeu o aviso; e tu livraste a tua alma."

Ezequiel 2:7 - "Mas tu lhes dirás as minhas palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir, pois são rebeldes."

Marcos 16:15 - "E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura."

II Timóteo 4:2 - "prega a palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta, com toda longanimidade e ensino."

II Timóteo 3:16-17 - "Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra."

Romanos 15:4 - "Porquanto, tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que, pela constância e pela consolação provenientes das Escrituras, tenhamos esperança."
Êxodo 24:12 - "Depois disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim ao monte, e espera ali; e dar-te-ei tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que tenho escrito, para lhos ensinares."

Mateus 25:14-30 - "Porque é assim como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes entregou os seus bens: a um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade; e seguiu viagem. O que recebera cinco talentos foi imediatamente negociar com eles, e ganhou outros cinco; da mesma sorte, o que recebera dois ganhou outros dois; mas o que recebera um foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor. Ora, depois de muito tempo veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles. Então chegando o que recebera cinco talentos, apresentou-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco que ganhei. Disse-lhe o seu senhor: Muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. Chegando também o que recebera dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis aqui outros dois que ganhei. Disse-lhe o seu senhor: Muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. Chegando por fim o que recebera um talento, disse: Senhor, eu te conhecia, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste, e recolhes onde não joeiraste; e, atemorizado, fui esconder na terra o teu talento; eis aqui tens o que é teu. Ao que lhe respondeu o seu senhor: Servo mau e preguiçoso, sabias que ceifo onde não semeei, e recolho onde não joeirei? Devias então entregar o meu dinheiro aos banqueiros e, vindo eu, tê-lo-ia recebido com juros. Tirai-lhe, pois, o talento e dai ao que tem os dez talentos. Porque a todo o que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não tem, até aquilo que tem ser-lhe-á tirado. E lançai o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes."

A única fé válida, eficaz, eficiente, verdadeira, correta, precisa ... é a fé no Senhor Jesus Cristo (Atos 16:31, 20:21, 24:24, 26:18; Romanos 3:22,26; Gálatas 3:22,26; Efésios 1:15; Filipenses 3:9; Colossenses 1:4, 2:5; I Timóteo 3:13; II Timóteo 1:13) e em sua Palavra (Sagradas Escrituras) (Sl 106:12; Isaías 53:1; Marcos 1:15; Lucas 24:25; João 2:22, 4:50; Atos 4:4), "Pois Cristo é o fim da lei para justificar a todo aquele que crê." (Romanos 10:4).

Gálatas 2:15-16 - "Nós, judeus por natureza e não pecadores dentre os gentios, sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, mas sim, pela fé em Cristo Jesus, temos também crido em Cristo Jesus para sermos justificados pela fé em Cristo, e não por obras da lei; pois por obras da lei nenhuma carne será justificada."

Apocalipse 14:12 - "Aqui está a perseverança dos santos, daqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus."

Romanos 10:17 - "Logo a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo."

I Coríntios 2:4-5 - "A minha linguagem e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria, mas em demonstração do Espírito de poder; para que a vossa fé não se apoiasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus."

João 5:39 - "Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim;"

João 8:51 - "Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte."

Atos 17:11 - "Ora, estes eram mais nobres do que os de Tessalônica, porque receberam a palavra com toda avidez, examinando diariamente as Escrituras para ver se estas coisas eram assim."

Mateus 4:4 - "Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus."

E, a crença no Senhor Jesus Cristo não vale absolutamente nada se não for conforme exatamente como consta nas Escrituras:

João 7:38 - "Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior correrão rios de água viva."

Marcos 8:38 - "Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também dele se envergonhará o Filho do homem quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos." (Lucas 9:26).

João 15:7 - "Se vós permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e vos será feito."

Mateus 7:24 - "Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha."

João 8:31 - "Dizia, pois, Jesus aos judeus que nele creram: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sois meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará."

João 12:48 - "Quem me rejeita, e não recebe as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o julgará no último dia.'

I João 3:22 - "e qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos o que é agradável à sua vista."

As pessoas dizem que cada um deve crer ao seu modo, ao seu jeito, ao seu bel prazer ... Então para que servem as Escrituras? Não possuem utilidade? Foram escritas à toa? Acaso as Escrituras só prestam como mero objeto para adorno, enfeite, decoração numa sala, quarto, estante .... para ficar lá parada empoeirando?

Vez que Deus julgará as pessoas, necessita de uma referência (baliza, prumo, juízo, lei, meio, medida, padrão) para isso. Por óbvio Deus não julgará as pessoas conforme suas próprias definições do que seja justo, bem, bom, certo, mal, mau e errado, pois cada pessoa possui sua própria definição para esses conceitos. Assim o padrão para Deus definir se uma pessoa foi boa ou má são as Escrituras (Sua Palavra, seus Mandamentos).

Deuteronômio 13:18 - "se ouvires a voz do Senhor teu Deus, para guardares todos os seus mandamentos, que eu hoje te ordeno, para fazeres o que é reto aos olhos do Senhor teu Deus."

Eclesiastes 12:13-14 - "Este é o fim do discurso; tudo já foi ouvido: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é todo o dever do homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau."

Josué 1:8 - "Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido."

Lucas 1:6 - "Ambos eram justos diante de Deus, andando irrepreensíveis em todos os mandamentos e preceitos do Senhor."

II Timóteo 4:3-4 - "Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas."

Colossenses 2:8 - "Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo;"

Mateus 15:8-9 - "Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens."

Romanos 1:22-25 - "Dizendo-se sábios, tornaram-se estultos, e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso Deus os entregou, nas concupiscências de seus corações, à imundícia, para serem os seus corpos desonrados entre si; pois trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura antes que ao Criador, que é bendito eternamente. Amém.

O CRISTÃO PODE JULGAR?



Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra: os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam de mãos dadas com eles; e é o que deseja o meu povo. Porém que fareis quando estas coisas chegarem ao seu fim? - Jeremias 5:30 - 31.

Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça. - João 7:24

Ou não sabeis que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deverá ser julgado por vós, sois, acaso, indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis que havemos de julgar os próprios anjos? Quanto mais as coisas desta vida! Entretanto, vós, quando tendes a julgar negócios terrenos, constituís um tribunal daqueles que não têm nenhuma aceitação na igreja. Para vergonha vo-lo digo. Não há, porventura, nem ao menos um sábio entre vós, que possa julgar no meio da irmandade? 1 Coríntios 6:2 - 5

Quando, porém, Cefas veio a Antioquia, resisti -lhe face a face, porque se tornara repreensível. Com efeito, antes de chegarem alguns da parte de Tiago, comia com os gentios; quando, porém, chegaram, afastou-se e, por fim, veio a apartar -se, temendo os da circuncisão. E também os demais judeus dissimularam com ele, a ponto de o próprio Barnabé ter-se deixado levar pela dissimulação deles. Quando, porém, vi que não procediam corretamente segundo a verdade do evangelho, disse a Cefas, na presença de todos...
Gálatas 2:11 - 14.



INTRODUÇÃO

O cristão pode julgar? Esta é uma pergunta que poderia ser irrelevante. Poderia não fosse a impressionante realidade que estamos vivenciando nos dias de hoje. Este autor tem escritos diversos artigos publicados no jesussite.org [2] os quais têm motivado alguns leitores a lhe escreverem mensagens eletrônicas. Alguns escrevem para agradecer, outros apenas para elogiar e outros para expressar sentimentos que variam de frustração à ira. Entre este último grupo as críticas podem ser facilmente classificadas em quatro categorias, a saber:

1) Em primeiro lugar, o campeão disparado, é a citação de alguns versículos bíblicos, com especial ênfase nas passagens de Mateus 7:1 - 5 e Romanos 14:4 e 10 visando mostrar quão errado, impróprio e até anti-cristão é o ato de julgar.

2) Em segundo lugar estão aqueles que sugerem que não é possível julgar a ninguém porque somente Deus sabe os verdadeiros motivos das pessoas. Estes sugerem que devemos deixar tudo correr como tem que correr e aguardar o juízo final de Deus.

3) Em terceiro lugar está a turma do "deixa disso" alegando que toda crítica é perniciosa e causa divisões no corpo de Cristo. "Irmão Alex", me escrevem "temos que manter a unidade a qualquer custo".

4) Em quarto lugar estão aqueles que pedem para que nomes não sejam mencionados porque este ato prejudica demais aos citados. Neste último lote se encontram muitos pastores que consideram um sinal de maturidade e maior espiritualidade não citarem nomes quando querem fazer uma crítica.

O autor não consegue evitar a profunda tristeza que experimenta ao perceber nestas mensagens eletrônicas o nível em que se encontram os cristãos em geral e a cristandade [3] em particular. Um velho professor e amigo costumava dizer o seguinte: "Alex, a ignorância é o paraíso". E hoje, 25 anos depois, sou obrigado a concordar absolutamente com ele.

Sinto-me motivado a escrever este artigo porque observo que muito desta ignorância é alimentada pelos próprios indivíduos que gostam de se intitular "Pastores, Reverendos, Mestres, Doutores, Bispos" e, ultimamente, "Apóstolos". Em vez de ensinarem o que a Bíblia diz acerca da responsabilidade cristã de julgar preferem alimentar a ignorância do povo. Este ato, o de alimentar a ignorância, visa à auto defesa que procura colocar estes indivíduos acima e fora do alcance de qualquer admoestação, censura ou repreensão. E infelizmente, para complicar ainda mais a situação, os crentes em geral se submetem a este tipo de abuso espiritual, fazendo-o, a grande maioria, de boa vontade. Este problema, a associação daqueles que têm a responsabilidade de guiar com aqueles que são guiados, para perverter a Palavra de Deus, não é novo. O profeta Jeremias enfrentou situação semelhante e se não soubéssemos que o mesmo profetizou entre 627 a 580 a.C. teríamos a impressão que ele estava se referindo aos nossos dias tamanha a atualidade de suas palavras. O profeta Jeremias diz o seguinte: "Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra: os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam de mãos dadas com eles; e é o que deseja o meu povo. Porém que fareis quando estas coisas chegarem ao seu fim? - ver Jeremias 5:30 - 31". Para entendermos de forma mais precisa estas palavras de Jeremias é necessário compreendermos o contexto em que elas foram ditas. A semelhança com os nossos dias, como se verá, é inescapável!


Referências:
1 - Todas as citações bíblicas neste artigo são da versão de Almeida Revista e Atualizada (ARA) publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil a menos que outra tradução seja indicada.
2 - Ver "A Igreja Cristã no Brasil no Século XXI", "As Contradições da Cristandade"; e "Enganados de Propósito".
3 - Por Cristandade o autor se refere a este sistema completamente falido representado por todos os grupos que se denominam cristãos e que pretendem estar seguindo os ensinamentos Bíblicos e imitando a Jesus.


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Aviso importante:

Este artigo possui fontes em grego e hebraico, por isto disponibilizamos a versão completa em PDF.
Faça o download da versão completa deste estudo agora: O CRISTÃO PODE JULGAR?

O Pássaro e a Oração



Você já viu um passarinho dormindo num galho ou num fio, sem cair?

Como é que ele consegue isso?

Se nós tentássemos dormir assim, iríamos cair e quebrar o pescoço.


O segredo está nos tendões das pernas do passarinho.

Eles são construídos de forma que, quando o joelho está dobrado, o pezinho segura firmemente qualquer coisa.


Os pés não irão soltar o galho até que ele desdobre o joelho para voar.

O joelho dobrado é o que dá ao passarinho a força para segurar qualquer coisa.

É uma maravilha, não é?


Que desenho incrível que o Criador fez para segurar o passarinho! Mas, não é tão diferente em nós.

Quando nosso "galho" na vida fica precário, quando tudo está ameaçado de cair, a maior segurança, a maior estabilidade nos vem de um joelho dobrado, dobrado em oração.

Se você algumas vezes, se vê num emaranhado de problemas que o fazem perder a fé, desanimar de caminhar; não caminhe mais sozinho, Jesus quer fortalecê-lo e caminhar consigo por toda sua vida!

É Ele quem renova suas forças e sua fé, e se cuida de um passarinho, imagina o que não fará por você Seu filho amado, basta você CRER!


"Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedires o que quiseres e vos será feito" Jô 15:7

"Lançai sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós" 1 Pe 5:7

Objetos que Trazem Bênção e Maldição

Um Estudo sobre o Uso de Objetos e a Fé

Um assunto que tem provocado muita polêmica em nossos dias é o ensino do moderno movimento de batalha espiritual acerca de objetos que têm o poder de abençoar e amaldiçoar aqueles que os tocam ou possuem. Nesse pequeno artigo, procuro compreender esse ensino e oferecer uma avaliação.

* Objetos que Trazem Bênção

Nos cultos de muitas igrejas de libertação, objetos variados são empregados como canais de bênção. Eles são ungidos (abençoados) nos cultos com o objetivo de passarem ao fiel algum tipo de benefício. Os mais comuns são a água fluidificada (colocada sobre o rádio ou TV durante a oração do "homem de Deus"), a rosa ungida, ramos de arruda, sal grosso, óleo, água, vinho, pedrinhas trazidos da "terra santa" (Israel), fitinhas, pulseiras e lenços.

Embora os líderes dessas igrejas insistam que esses objetos abençoados funcionam apenas como apoio para a fé dos crentes, ao fim, acabam sendo usados como talismãs, fetiches e outros objetos "carregados" de poder espiritual. Os seus possuidores devem usá-los de acordo com algum tipo de ritual, após o culto. A água pode ser bebida em casa, após a oração de consagração. O "cajado de Moisés" deve ser usado para bater naquilo que o crente gostaria de ter (um carro novo, por exemplo). Lenços ungidos devem ser carregados junto ao corpo por determinado tempo, geralmente durante o tempo de uma corrente de oração.(1)

Muitas vezes objetos são "abençoados" nessas igrejas com o objetivo de espantarem e expelirem demônios. A idéia que está por detrás desse uso religioso de artigos e objetos é o de que as entidades espirituais (anjos e demônios) podem ser atingidas através dos sentidos como cheiros, cores, gosto e vozes. Nesse ponto os cristãos do primeiro século se afastaram significativamente das práticas exorcistas do Judaísmo da sua época, que foram desenvolvidos no período intertestamentário. Os métodos rabínicos de tratar com demônios incluía o uso de tochas de fogo à noite, amuletos, filactérios,(2) fórmulas mágicas, fumigações, entre outros. A idéia era que essas coisas teriam em si algum tipo de poder mágico contra os demônios.(3) No cristianismo primitivo, entretanto, a idéia de que demônios pudessem ser atingidos através de sons, cheiros ou coisas materiais e tangíveis, está ausente.

É importante dizer que não duvido da sinceridade e da boa-fé dos que empregam esses objetos. Entretanto, podemos estar sinceramente enganados no que diz respeito ao culto a Deus, como os judeus na época de Paulo (Rm 10.1-2). É minha convicção que o uso desses objetos como apoio para fé ou canal de bênçãos não faz parte do culto agradável a Deus que nos é ensinado nas Escrituras.

* Entendendo o uso de objetos na Bíblia

Salta aos olhos de quem conhece as práticas religiosas populares que o uso de objetos ungidos pelas igrejas de libertação é bastante semelhante ao benzimento de objetos no baixo espiritismo, artes mágicas e no ocultismo em geral. Entretanto, essas igrejas argumentam que a prática tem base na Bíblia. Provavelmente a passagem bíblica mais citada é Atos 19.12, onde se relata o uso dos aventais e lenços de Paulo para expulsar demônios em Éfeso. É preciso salientar, entretanto, que esse acontecimento é o único do gênero que temos registrado no Novo Testamento. Fez parte dos "milagres extraordinários" que o Senhor realizou em Éfeso pelas mãos de Paulo (At 19.11).

Devemos interpretar essa passagem da mesma forma como interpretamos os relatos do Antigo Testamento sobre o cajado de Moisés (Ex 8.5,16) e o manto de Elias (2 Re 2.8,14). Esses objetos foram veículos materiais do poder miraculoso desses homens. O propósito das narrativas acerca do poder que havia neles foi mostrar o extraordinário poder de Deus nas vidas dos seus possuidores, comprovando que a sua mensagem vinha realmente da parte de Iavé. O ponto é que esse poder era tão grande que até as coisas com as quais Moisés e Elias tinham contato diário se tornavam canais através dos quais ele era transmitido.

Além dessas ocorrências no Antigo Testamento mencionadas acima, outros eventos são citados como justificativa para o uso de objetos como veículos do poder divino. Moisés fez uma serpente de bronze (Nm 21.9). Eliseu usou um prato novo com sal para miraculosamente sanar as águas de Jericó (2 Re 2.19-22), um pouco de farinha para purificar uma comida envenenada (2 Re 4.38-41), um pau para fazer flutuar um machado que caiu no rio (2 Re 6.1-7). Sob seu comando, as águas do Jordão serviram para curar a lepra de Naamã (2 Re 5.1-14). Seu bordão parece que era usado para realizar milagres (2 Re 4.29) e seus ossos ressuscitaram um morto (2 Re 13.20-21). O profeta Isaías usou uma pasta de figos para curar Ezequias (2 Re 20.7).

Alguns eventos narrados no Novo Testamento são também citados como prova. As vestes de Jesus tinham poder curador. Não somente a mulher com um fluxo de sangue foi curada ao tocá-las (Lc 8.43-46), mas muitas outras pessoas doentes (Mt 14.36; Mc 6.56; cf. Lc 6.19). Em pelo menos duas ocasiões, Jesus usou saliva para curar cegos (Mc 8.22-26; Jo 9.6-7), e em outra, para curar um mudo (Mc 7.33). Aparentemente, a sombra de Pedro, após o Pentecostes em Jerusalém, acabava por curar a quem atingisse (At 5.15).

Devemos entender, entretanto, qual o objetivo dessas narrativas. Em todas elas, o conceito é sempre o mesmo. Jesus e os apóstolos eram tão cheios do poder de Deus que as coisas com as quais tinham contato íntimo se tornavam como que em extensões deles, para curar e abençoar as pessoas. O objetivo é idêntico: enfatizar a enormidade do poder de Deus em suas vidas, e assim, atestar que a mensagem pregada por eles, bem como pelos profetas do Antigo Testamento, vinha de Deus. A prova eram os poderes miraculosos tão extraordinários que até mesmo vestes, bordões, ossos, saliva, sombra e lenços desses homens transmitiam o poder curador de Deus que neles havia. É dessa forma que devemos entender o relato de Atos 19 sobre o poder curador dos lenços e aventais de Paulo.

Evidentemente, essas passagens não servem como prova de que, hoje, as igrejas evangélicas podem abençoar objetos e usá-los para expelir demônios, proteger seus possuidores contra forças negativas e curar moléstias. Notemos as principais diferenças entre o uso destes objetos nos relatos bíblicos e o uso que é feito hoje pelas igrejas de libertação.

1. Foram usados como símbolos - Em vários casos, o papel de objetos na execução dos milagres bíblicos é melhor entendido como tendo sido simbólico. De alguma forma estavam relacionados à natureza do milagre: uma serpente de bronze para curar mordeduras de serpentes, um pedaço de pau para fazer um machado flutuar, sal e farinha para purificar águas e comida (os dois elementos eram usados nos sacrifícios), ossos para trazer vida e água do Jordão para "limpar" a lepra. Nas igrejas de libertação, muito embora se diga que os objetos funcionam simbolicamente como apoio para a fé, acabam sendo aceitos pelos fiéis menos avisados como possuindo em si mesmos alguma virtude ou poder.

2. A natureza dos milagres em que foram empregados - Os objetos fizeram parte de milagres que não vemos serem repetidos hoje. A melhor maneira de provar que o uso de objetos ungidos hoje opera a mesma liberação do poder divino como nos eventos relatados na Bíblia, seria abrir rios, ressuscitar mortos, curar leprosos, cegos e aleijados, sanear águas amargas e limpar comidas envenenadas usando objetos pessoais dos missionários e obreiros dessas igrejas. Entretanto, os "milagres" efetuados pelos objetos ungidos nas igreja de libertação nem de perto se assemelham aos prodígios extraordinários narrados nas Escrituras.

3. Seu uso limitou-se ao momento do milagre - Nenhum dos objetos empregados na Bíblia preservaram algum "poder" em si mesmos após o milagre ter ocorrido. A serpente de bronze, até onde sabemos, não foi mais usada para curar mordidas de serpentes após o incidente no deserto, muito embora os judeus supersticiosos passassem a adorá-la como a um deus. É natural supor que Eliseu, após usar o manto de Elias para abrir as águas, usou-o normalmente como peça do seu vestuário, sem que o mesmo exercesse qualquer poder mágico nas coisas em que tocava. O sal, a farinha e o pedaço de pau que ele usou para fazer milagres foram tirados da vida normal e retornaram a ela após seu uso. Não retiveram qualquer propriedade miraculosa em si mesmos. Semelhantemente, os lenços e aventais de Paulo tiveram um uso especial somente em Éfeso, e provavelmente somente durante um determinado período, ao longo dos três anos que o apóstolo passou ali. Em contraste, as igrejas da libertação ungem e abençoam objetos e atribuem a eles efeitos que permanecem muito tempo após a cerimônia. É algo bem diferente do uso ocasional feito pelos profetas e apóstolos.

4. Os objetos estavam ligados à pessoa dos homens de Deus - Alguns dos objetos usados eram coisas pessoais dos homens de Deus, como a capa de Elias, o bordão de Eliseu, as vestes de Jesus, os lenços e aventais de Paulo e, num certo sentido, a sombra de Pedro. Eles só foram empregados por isso. O alvo era mostrar o extraordinário poder de Deus sobre tais homens. Quando refletimos no fato de que somente coisas pessoais dos profetas, do Senhor Jesus e dos apóstolos foram usadas, perguntamo-nos se nossos objetos pessoais teriam o mesmo poder. A resposta humilde deve ser "não". Os profetas, o Senhor e os apóstolos foram pessoas especiais e pertenceram a uma época especial e única dentro da história da revelação. A suspeita de que nossos objetos pessoais são impotentes para realizar milagres fica ainda mais fortalecida quando não descobrimos nas Escrituras qualquer exemplo de coisas dos crentes comuns sendo usadas com esse fim.(4)

5. Nenhum dos objetos empregados foi ungido ou abençoado - Essa é uma diferença fundamental. Nas igrejas de libertação, os objetos são ungidos, abençoados, fluidificados e consagrados através da oração e da imposição de mãos dos pastores e obreiros, depois do que, passam supostamente a ter poderes especiais. No entanto, em nenhum dos casos mencionados nas Escrituras, os objetos empregados nos milagres passaram, antes, por uma cerimônia de consagração. A Bíblia desconhece totalmente a "unção" de coisas com o fim de serem empregadas em atos miraculosos, para atrair as bênção de Deus, ou ainda, para expelir demônios e doenças. É verdade que no Antigo Testamento alguns objetos, utensílios e mobília do tabernáculo, e depois, do templo, foram ungidos com sangue e óleo. Mas o propósito não era investir essas coisas de poderes especiais, e sim separá-las do seu uso comum para o uso sagrado nos rituais de sacrifício. Eliseu não ungiu nem consagrou, pela oração, o sal, a farinha e o pedaço de árvore que usou para operar milagres. Nem Isaías ungiu a pasta de figo para curar a úlcera de Ezequias. Nem mesmo a serpente de bronze passou por uma consagração, antes de ser erigida diante do povo envenenado pelas serpentes. Os lenços e aventais de Paulo não passaram pela imposição de mãos do apóstolo antes de serem levados aos doentes e endemoninhados. O que dava "poder" àqueles objetos era o fato de que pertenciam, ou foram manipulados, por pessoas sobre quem o poder de Deus repousava de forma extraordinária.

A conclusão inescapável é que não existe qualquer fundamento bíblico para que, hoje, unjamos e abençoemos objetos com o propósito de transmitir, através deles, uma medida do poder de Deus. Mais uma vez repito: creio que Deus faz milagres hoje. Creio que ele poderia usar o que quisesse para fazer isso. Entretanto, creio também que Deus nos revela em Sua Palavra os seus caminhos e seus meios de agir, para que não sejamos iludidos pelo erro religioso. E se vamos usar as Escrituras como regra da nossa prática, bem como critério para discernirmos a verdade do erro, acabaremos por rejeitar a idéia de que, pela oração e unção, determinados objetos repassam uma bênção de Deus aos seus possuidores.

* Objetos que Trazem Maldição

Tratemos agora de outro ensino ainda relacionado com o uso de objetos no campo religioso. Segundo adeptos do movimento de "batalha espiritual", objetos utilizados em qualquer forma de magia, ocultismo ou religião idólatra ficam impregnados de emanações malignas, como se demônios de fato residissem nos mesmos. Para usar a linguagem de alguns do movimento, esses objetos estariam "demonizados". Esse conceito é similar ao praticado na magia. Objetos magicamente "carregados" são considerados como transmissores do poder da mágica que representam, e afetam aos que os tocam.

Portanto, caso um cristão venha a ter em sua casa, escritório ou local de trabalho, qualquer um desses objetos, estará dando ocasião para que os demônios (as verdadeiras entidades espirituais associadas com esses objetos) prejudiquem sua vida material e espiritual. A idéia é que objetos como ídolos, imagens, esculturas, quadros e fotos se tornam pontos de contato para os demônios, que sempre estão procurando materializar-se através de alguma coisa e assim atormentar os homens.(5) Admitir tais coisas dentro de casa, seria convidar os demônios a entrar e nos atormentar. Nas palavra de Jorge Linhares,

Não basta que abençoemos os nossos bens, nossos pertences. precisamos verificar se não temos permitido adentrar em nosso lar objetos que são por natureza amaldiçoados - objetos que temos de lançar fora e de preferência, queimar ou destruir.(6)

Uma outra coisa que segundo o pensamento da "batalha espiritual" permite a entrada de demônios na vida da pessoa é o ingerir comidas "trabalhadas" em centros de umbanda. Num capítulo entitulado "Como os demônios se apoderam das pessoas", do livro Orixás, Caboclos & Guias, Edir Macedo inclui comidas sacrificadas a ídolos como um desses meios. Ele conta o caso de um homem que ingeriu uma comida "trabalhada" e foi atacado por um espírito maligno que o fazia sofrer do estômago. Ele conclui dizendo, "Todas as pessoas que se alimentam dos pratos vendidos pelas famosas 'baianas' estão sujeitas, mais cedo ou mais tarde a sofrer do estômago."(7)

Mark Bubeck, que ficou conhecido no Brasil por seu livro O Adversário, escreveu recentemente um outro livro sobre como podemos criar nossos filhos em meio aos constantes ataques que os demônios fazem ao nosso lar. Ao fim do livro, Bubeck adicionou um apêndice, contendo questionários cujas perguntas procuram levar os leitores a descobrir as portas pelas quais têm permitido aos demônios entrarem no lar e atacar os filhos. Uma das portas é a presença em casa de objetos amaldiçoados, como amuletos, fetiches e talismãs, livros sobre ocultismo, bruxaria, astrologia, mágica, adivinhação, e utensílios ou objetos usados em templos pagãos, rituais de feitiçaria, ou ainda na prática da adivinhação, mágica ou espiritismo. A sugestão de Bubeck é que a presença dessas coisas no lar permite aos demônios que penetrem na casa e atormentem os filhos.(8)

* Uso de objetos no paganismo

A lista de Bubeck é bem modesta. Os objetos considerados "amaldiçoados" por muitos cristãos são via de regra aqueles usados nas religiões afro-brasileiras, nas práticas ocultas e no catolicismo popular. Nas religiões populares que empregam artes mágicas e práticas ocultas, objetos religiosos desempenham importante papel no culto e na fé dos participantes. São usados, por exemplo, em despachos e trabalhos feitos pelos pais-de-santos da umbanda. Objetos como o sal grosso, a rosa ungida, a água fluidificada, fitas e pulseiras especiais (como a do chamado "Senhor" do Bonfim) e ramos de arruda são bastante populares. Ainda podemos incluir talismãs e amuletos do tipo "pé-de-coelho". Para não mencionar ainda os fetiches usados na magia e no candomblé, as relíquias e imagens do catolicismo popular.(9) Na feitiçaria, velas coloridas são usadas para evocar vibrações energéticas das cores e promover transformações pessoais. Amuletos são empregados na proteção contra maus espíritos. Ainda são usados óleos especiais, incensos, cremes, pó, cristais, pirâmides, pêndulos, pulseiras, brincos e pendentes, colares contendo saquinhos com fórmulas mágicas e encantamentos, e muito mais.(10) As gárgulas (imagens de animais grotescos) são freqüentemente associadas com demônios.(11) Esses objetos são ungidos, benzidos, abençoados, purificados, fluidificados com o objetivo de passar ao seu possuidor alguma espécie de poder ou proteção. Ou ainda, são usados em rituais de magia associados com encantamentos, feitiços, despachos e trabalhos espirituais em geral. Em alguns casos, esses objetos são associados com os nomes das entidades espirituais aos quais são dedicados.(12)

* Maldições trazidas por objetos consagrados a demônios

Como dissemos acima, para os aderentes do movimento de batalha espiritual a ingestão, a posse e mesmo o contato com coisas que foram oferecidas e consagradas aos demônios trazem maldição aos crentes. Um caso sempre mencionado é o do missionário que, ao regressar ao seu país de origem, trouxe da tribo africana onde trabalhava um pequeno fetiche (objeto usado nos rituais religiosos) como recordação. O missionário, evidentemente, não tinha qualquer atitude religiosa para com o objeto, como os africanos; trouxe-o apenas como lembrança, um souvenir. O fetiche foi colocado na estante da sala, em sua casa. Não muito tempo depois, sua filha ficou doente. Sua situação financeira foi de mal a pior. Havia uma "opressão espiritual" no ar, dentro da casa. Nada mais dava certo. Vozes e ruídos eram por vezes ouvidos à noite. Um dia, uma profetiza de uma igreja carismática veio visitar a família. Dirigiu-se imediatamente à estante onde estava o fetiche. Sem hesitar, declarou que a casa estava amaldiçoada por causa do objeto. Era preciso quebrar a maldição. Os passos necessários seriam: confissão do pecado de trazer para casa um objeto amaldiçoado, a quebra do mesmo e a total renúncia dos laços com os espíritos malignos. Esses laços haviam sido estabelecidos, mesmo inconscientemente, no momento que o missionário trouxe o objeto para dentro de casa. Os demônios adquiriram a autoridade de invadir a casa e oprimir seus moradores.

Timothy Warner conta a história de uma estudante crente, por natureza uma pessoa bem ativa e enérgica, que começou a ficar mais e mais deprimida, tendo dificuldade em dormir e estudar, durante seus estudos de francês, em preparação para o trabalho missionário na África. Um missionário descobriu, após examinar o dormitório onde ela morava, que o ocupante anterior havia escondido no mesmo diversos objetos ocultistas. Warner então explica: "alguns dos demônios associados com os objetos haviam se apegado ao quarto e à mobília". O missionário orou determinando aos demônios que fossem embora, e a moça pode voltar a dormir normalmente.(13)

O pressuposto por detrás desse tipo de relato é que esses objetos abrem a porta para os demônios, visto que foram consagrados a eles nos rituais de magia e ocultismo, e mesmo no catolicismo. O fato de que uma pessoa é crente não evitará que seja oprimida pelos espíritos associados a objetos deste tipo.

Existem algumas dificuldades com esse conceito. No que se segue, vamos explicar algumas delas.

1) O conceito da habitação de demônios em objetos físicos. Warner conta a história de uma família de missionários nas Filipinas cujo filho era assediado por um demônio que morava numa árvore do jardim da casa onde moravam.(14) O conceito de entidades espirituais morando em árvores remonta à mitologia grega e ao paganismo em geral. As Escrituras desconhecem esse conceito e falam dos demônios como atuando especificamente em seres vivos, humanos ou animais. Entretanto, é comum lermos na literatura do movimento de "batalha espiritual" que espíritos malignos podem habitar em coisas como árvores, imagens, objetos, casas, etc.

Às vezes Apocalipse 18.2 é citado como prova de que demônios podem morar em lugares amaldiçoados:

Então, exclamou com potente voz, dizendo: Caiu! Caiu a grande Babilônia e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável.

Aqui temos o anúncio da queda de Babilônia feito por um anjo de Deus. Notemos, porém, o seguinte, antes de concluirmos que o texto prova que demônios moram em ruínas! (1) A passagem é evidentemente alegórica. Nos dias de João, Babilônia já não mais existia. (2) João está citando Jeremias 50.39 e Isaías 13.21. Esses dois profetas referem-se à queda e destruição da cidade de Babilônia que existiu em seus dias. A desolação que lhe haveria de sobrevir, como resultado do castigo divino, ia ser tão grande, que a grande cidade, outrora populosa e opulenta, iria se tornar em um grande montão de ruínas. Com o propósito de enfatizar a desolação, os profetas descrevem as ruínas como sendo habitadas por feras e animais do deserto: chacais, avestruzes, corujas e hienas. A Septuaginta, ao traduzir o texto hebraico de Isaías 13.21, traduziu "bodes" por "demônios".(15) O apóstolo João, ao citar essas passagens e aplicá-las figuradamente à Babilônia espiritual, o reino das trevas que será destruído por Cristo, acrescenta, além dos animais mencionados pelos profetas, os demônios e espíritos imundos, seguindo a tradução da Septuaginta (Ap 18.2). (3) Evidentemente, a passagem não está dizendo que essas entidades habitam em ruínas de cidades. Seu sentido óbvio é que Deus entrega a humanidade ímpia e endurecida que o rejeita à desolação espiritual e aos demônios. (4) Lembremos ainda que o Senhor Jesus ensinou que os espíritos imundos não encontram repouso em lugares áridos (Mt 12.43-45). A conclusão é que não existe argumentos bíblicos suficientes para provar que espíritos imundos moram e habitam em coisas como objetos, casas, árvores, etc.

2) O estabelecimento de um pacto com esses demônios pela posse de objetos a eles consagrados. Nenhum adepto do movimento de "batalha espiritual" estaria disposto a admitir que um incrédulo entra em algum tipo de pacto ou concerto com Deus simplesmente por ter uma Bíblia em casa, ou mesmo por ter participado inadvertidamente da Ceia do Senhor numa igreja evangélica. Entretanto, está pronto a afirmar que cristãos verdadeiros podem ser atacados, amaldiçoados e demonizados se tiverem em casa livros sobre ocultismo ou objetos ocultistas, para com os quais não tenha nenhuma atitude religiosa. É óbvio que a simples posse desses objetos não nos expõe a ataques satânicos da mesma forma que a posse de uma Bíblia não expõe um incrédulo às investidas do Espírito Santo, a não ser que abra suas páginas e comece a ler, com seu coração aberto e desejoso de aprender as coisas de Deus.

3) Uma outra dificuldade é o conceito de que crentes, que nem estão conscientes de que esses objetos foram usados em rituais ocultistas, possam ser oprimidos pelos demônios associados com esses objetos. Não é suficiente escutarmos os relatos e as experiências, como a do missionário acima. Como já insistimos em quase cada capítulo desse livro, por mais sérias e válidas que sejam, experiências não podem servir como autoridade final nessa questões. É preciso examinar as Escrituras, seguindo as regras simples de interpretação, que procuram deixar o texto sagrado falar livremente. E o que encontramos nelas pode ser resumido nas palavras de Balaão, falando pelo Espírito de Deus: "Pois contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel" (Nm 23.23).

* Coisas amaldiçoadas na Bíblia

É preciso reconhecer que, para alguns defensores da "batalha espiritual", existe suficiente apoio na Bíblia para defender o conceito de maldição através de objetos. Examinemos os dois principais argumentos.

1) Passagens que condenam o uso de amuletos. É defendido que os pendentes de ouro que as mulheres israelitas traziam nas orelhas, ao sair do Egito, e com os quais se fez o bezerro de ouro, eram amuletos (Ex 32.2-4), bem como as arrecadas (brincos) que Jacó arrancou das orelhas da sua família, junto com os ídolos (Gn 35.1-4).(16) O uso de cordões ou cadeias com pendentes é chamado pelo profeta Oséias de "adultério entre os peitos" (Os 2.2). A atitude das Escrituras em relação a esses objetos é de condenação e rejeição. O profeta Isaías, ao condenar a vaidade do vestuário das mulheres israelitas, faz referência às luetas que elas traziam em seu pescoço (Is 3.18). Eram cordões ou cadeias de ouro com o símbolo da lua crescente, usados para proteger contra maus espíritos. Esse era um costume pagão. Eles usavam amuletos assim até mesmo no pescoço de camelos (Jz 8.21,26).

É preciso notar, entretanto, que condena-se não tanto o uso em si desses objetos, mas a atitude religiosa que os israelitas tinham para com eles. Eles o usavam conscientemente como amuletos protetores, como fetiches mágicos, como se fossem encantamentos contra maus espíritos. Foi contra essa prática de magia e ocultismo que os profetas falaram. Evidentemente, ter objetos desse tipo em casa pode não ser conveniente ao cristãos por vários motivos (veja a conclusão desse capítulo). Entretanto, se eles não têm qualquer sentido, significado ou relação religiosos, o cristão não se enquadra na condenação emitida pelos profetas.

2) Passagens que condenam imagens. Existem inúmeras passagens nas Escrituras que condenam a idolatria, isso é, o ato de prestar culto à imagens bem como às realidades espirituais que elas representam. Um fator que contribui significativamente para essa condenação é a relação entre a idolatria e os demônios. Nos tempos antigos, mágica, adivinhação, feitiçaria, bruxaria e necromancia (invocação de mortos) estavam tão intimamente ligados à idolatria, que era quase impossível separar uma coisa da outra. Moisés identifica os deuses pagãos com demônios (Dt 32.17; cf. Sl 106:36-37). O mesmo faz Paulo (1 Co 10.19-20) e o apóstolo João (Ap 9.20). Acredito que o mesmo é verdade ainda hoje. Por detrás da moderna idolatria estão os antigos demônios.

Entretanto, mais uma vez é preciso observar que as Escrituras condenam propriamente o confeccionar e possuir imagens de entidades pagãs com propósito religioso:

Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos (Ex 20.3-6).

Os puritanos entenderam esse mandamento como determinando que nos livrássemos, se possível, de todos os monumentos à idolatria, e proibindo o culto a imagens representativas de Deus ou de falsos deuses e o possuir supersticiosamente artigos ou objetos.(17) A preocupação sempre é contra a idolatria em si. O mandamento contra a idolatria não dever ser entendido como proibindo esculturas, representações, quadros e outros objetos artísticos em geral. O fato de que o culto a Deus deve ser em Espírito (Jo 4.24) não quer dizer, nem mesmo, que Deus proíba a confecção de objetos representativos de realidades espirituais. Ele próprio determinou que os israelitas fizessem imagens de ouro de querubins, que deveriam ser colocadas sobre a tampa da arca, o propiciatório (Ex 25.18-20). Noutra ocasião, mandou que Moisés fizesse uma serpente de bronze (Nm 21.8-9). Ela foi mais tarde destruída somente por que os israelitas passaram a adorá-la, provavelmente como uma relíquia provinda dos tempos de Moisés (2 Re 18.4). O motivo pelo qual o Senhor determinou que os israelitas destruíssem totalmente as imagens dos deuses cananitas, ao se apossarem da terra, foram evitar que os israelitas fossem atraídos à idolatria (Dt 7.1-5) e evitar a cobiça para com o ouro e a prata que revestiam essas imagens. Por esses motivos, não deveriam meter esses ídolos dentro de suas casas, pois eram amaldiçoados por Deus e representariam uma tentação para praticarem a idolatria (Dt 7.25-26). Mais uma vez percebemos que é o perigo da idolatria que o Senhor queria prevenir. As imagens em si mesmo nada eram.

Preciso reiterar minha convicção de que os cristãos deveriam evitar possuir qualquer objeto relacionado com a idolatria e práticas ocultas. Entretanto, acredito que isso deve ser feito pelas razões corretas e não por mera superstição e crendice.

Atos 19 e a quebra de maldições de objetos: Talvez a passagem mais citada para justificar a quebra de maldições desses objetos seja Atos 19.18-19:

Muitos dos que creram vieram confessando e denunciando publicamente as suas próprias obras. Também muitos dos que haviam praticado artes mágicas, reunindo os seus livros, os queimaram diante de todos. Calculados os seus preços, achou-se que montavam a cinqüenta mil denários.

As "artes mágicas" no mundo antigo incluíam a adivinhação, o exorcismo, o uso de fórmulas secretas, a conjuração e a invocação dos mortos, pactos com entidades espirituais, encantamentos e rituais com o objetivo de ganhar o favor dos espíritos. Essas coisas eram usadas tanto para atingir e ferir inimigos quanto para curar doentes. Elas são bastante populares ainda hoje.

Havia muitos magos e bruxos no mundo do século I, na época de Jesus e dos apóstolos. Um exemplo é Simão Mago, que iludia o povo de Samaria com artes mágicas (At 9.9). A cidade de Éfeso, por sua vez, era um conhecido centro dessas artes. Ali, no início do reinado de Nero, um homem chamado Apolônio Tianeo abriu uma escola e ensinava artes mágicas e coisas do gênero. Taciano, em sua obra Contra Graecos, menciona que a deusa Diana dos efésios era considerada como sendo praticante de magia.

Lemos em Atos 19 que os ex-adeptos da magia em Éfeso que haviam se convertido ao cristianismo pela pregação de Paulo, queimaram seus livros publicamente. Esses "livros" eram obras onde se ensinava a prática dessas artes. Continham encantamentos, símbolos secretos e mágicos, passos para a invocação de mortos e métodos para esconjurar demônios. Provavelmente continham tabelas e fórmulas essenciais para a prática da astrologia. Os "Papiros Mágicos", encontrados no Egito na década de 50 desse século, continham pedaços de pergaminhos com símbolos e fórmulas mágicas chamados "cartas de Éfeso", que eram usados como amuletos ou talismãs.(18)

É alegado por alguns da "batalha espiritual" que a queima dos livros de magia em Éfeso foi necessária pois a posse de tais livros continuaria a dar validade aos pactos feitos pelos efésios com entidades malignas e a dar autoridade a essas entidades sobre suas vidas, mesmo que eles agora se tornaram cristãos. Queimar os livros fazia parte da quebra das maldições que pesavam sobre eles por terem praticado artes mágicas antes da sua conversão. Na cerimônia da queima dos livros, eles renunciaram publicamente a todos esses compromissos e pactos que fizeram com os espíritos malignos.

Evidentemente, a queima dos livros de magia representou o rompimento oficial e público dos efésios crentes com seu passado de ocultismo. Entretanto, nada há no texto que apoie a idéia de que o evento foi uma espécie de cerimônia de quebra de maldições. A queima dos livros foi o resultado da consciência que os efésios agora tinham de que tais artes mágicas era iniquidade diante de Deus, e que os livros que ensinavam essa coisas eram perniciosos à humanidade e que, por mais caros que fossem (cerca de cinqüenta mil moedas de prata), deveriam ser destruídos para não causar mais danos a outros. O verso 19 que narra a queima dos livros deve ser entendido à luz do verso 18, onde se diz que os efésios vieram confessar seus pecados e revelar as suas obras más. A queima dos livros foi uma amostra de seu genuíno arrependimento.

Comentando nessa passagem, John Gill, um estudioso puritano, diz o seguinte:

Eles queimaram seus antigos livros de mágica para mostrar o quanto agora os detestavam. Também, para mostrar a genuinidade de seu arrependimento pelos pecados cometidos nessa área, para evitar que esses livros não se tornassem uma armadilha para eles no futuro e para que não fossem usados por outros.(19)

Os livros, portanto, não foram queimados porque possuíam qualquer poder maléfico intrínseco em si mesmos. Os motivos mencionados por Gill para a queima estão em harmonia com o ensino das Escrituras em geral, com o bom senso e com o que tem sido a prática normal da Igreja na história, além de ser a interpretação mais natural e óbvia da passagem.(20)

Existe ainda um outro motivo para a queima dos livros. Uma parte essencial da prática de artes mágicas daquela época era o exorcismo, a expulsão de espíritos malignos. Acreditava-se (como também se acredita hoje em alguns círculos protestantes) que todas as doenças - particularmente as mentais - eram causadas por espíritos maus que entravam nos homens. Grande parte do trabalho dos exorcistas era tentar curar essas doenças pela expulsão dos espíritos maus que as infligiam. Nos seus livros mágicos haviam fórmulas especiais para esconjurar esses espíritos.

Quando Paulo chegou em Éfeso, duas coisas aconteceram que vieram contribuir para a queima dos livros: (1) Ele curou as enfermidades e expulsou demônios usando apenas o nome de Jesus (At 19.11-12), em contraste com os rituais elaborados e complicados dos exorcistas da época, como se encontravam nos livros; (2) quando alguns exorcistas tentaram usar o nome de Jesus e de Paulo para expelir um demônio de um homem, fracassaram redondamente. O próprio demônio atestou a autoridade que havia no nome de Jesus (At 19.13-16).(21) É possível que alguns dos efésios que haviam se convertido ainda mantinham algum tipo de contato com artes mágicas. O episódio dos exorcistas acabou por convencê-los. Ficou evidente a todos que a mágica ensinada nos livros não passava de fórmulas vazias e inúteis. Como escreve Marshall,

A demonstração da futilidade das tentativas pagãs de dominarem os espíritos maus levou muitos dos convertidos efésios de Paulo a reconhecerem que a magia pagã, com a qual ainda tinham contatos, era tão inútil quanto pecaminosa. Como conseqüência, trouxeram os vários manuais de magia e as compilações de invocações e fórmulas que ainda tinham, e fizeram com eles um rompimento final.(22)

O verdadeiro poder contra Satanás estava apenas no nome de Jesus. A queima dos livros, portanto, foi um testemunho do poder inigualável de Jesus Cristo sobre as obras das trevas. Somente ele era o Senhor. Quanto a isso, os efésios cristãos não tinham mais qualquer dúvida.

* O ensino de Paulo sobre coisas sacrificadas a demônios
Examinemos, agora, 1 Coríntios 8-10, a passagem da Bíblia que aborda de forma mais direta e clara a questão que estamos discutindo. Nesses capítulos, o apóstolo Paulo trata da atitude dos cristãos para com a carne de animais sacrificados como oferendas aos deuses pagãos. A questão que Paulo tratou nessa passagem era bem complexa. Os cristãos em Corinto (bem como nas demais cidades do mundo greco-romano) sempre corriam o risco de comer esse tipo de carne. O sacrifício de animais e o consumo da sua carne fazia parte do ritual religioso nos templos pagãos da época. Corinto não era exceção.

Modernamente, podemos nos referir ao caso das comidas "trabalhadas" nos terreiros de umbanda. De acordo com as crenças do candomblé, umbanda e quimbanda, os orixás exigem comidas variadas, que devem ser preparadas de acordo com rituais apropriados. Por exemplo, Exú gosta de cebola e mel entregues no mato com velas acesas e aguardente. Ogum gosta de feijoada, xinxim, acarajé e milho branco. Oxóssi, de peixe de escamas, arroz, feijão e dendê.(23) Essas comidas são feitas de acordo com as indicações dos demônios e a eles oferecidas. Para muitos cristãos, é uma questão aguda se algum mal vai lhes ocorrer se acabarem por ingerir uma comida que foi "trabalhada". Os coríntios estavam perturbados por um problema similar. Eles escreveram uma carta a Paulo com várias perguntas, entre elas, se era lícito comer carne de animais que haviam sido consagrados aos deuses pagãos.(24) Os coríntios tinham em mente três situações:

1. Era lícito participar de um festival religioso num templo pagão e comer a carne dos animais sacrificados aos deuses? Na antigüidade, o sacrifício de animais aos deuses fazia parte da vida pessoal, familiar e social. O sacrifício ocorria nos templos e a carne do animal sacrificado era dividida em três partes. Uma parte, geralmente simbólica (podendo ser até uma mecha dos pelos!), era queimada no altar em homenagem aos deuses. A segunda parte, incluindo costelas e músculos, ia para o sacerdote. A terceira parte ficava com o ofertante, e com ela, oferecia um banquete, geralmente em casamentos. Muitas vezes, essas festas ocorriam no templo, no qual o sacrifício fora feito.(25) Os crentes de Corinto certamente mantinham relacionamentos com amigos não-crentes, e sempre havia a possibilidade de serem convidados a participar de uma destas festas no templo, onde havia muita carne e bebida. Alguns daqueles cristãos não tinham quaisquer escrúpulos de consciência em participar e comer carne dos ídolos no templo dos ídolos, uma atitude que estava provocando os de consciência mais fraca.

2. Era lícito comer carne comprada no mercado público? A carne ali comprada poderia ser de animais sacrificados aos deuses, cujo excedente dos altares havia sido repassado pelos sacerdotes aos açougueiros da cidade. Devido à enorme quantidade de animais sacrificados, uma parte deles acabava no mercado público, onde eram vendidos como carne boa e barata.

3. Era lícito comer carne na casa de um amigo idólatra? Como na situação anterior, um crente poderia ser convidado por um amigo pagão para comer um churrasco em sua casa. A carne provavelmente seria de um animal que o amigo havia primeiro consagrado ao seu deus, lá no templo. Um papiro grego muito antigo contém um convite para uma dessas festas, nos seguintes termos: "Antônio, filho de Ptolomeu, convida-o para cear com ele à mesa de nosso senhor Serápis."(26) Quem quer que tenha sido o convidado, ele sabia que ao sentar-se à mesa de Antônio, estaria comendo carne de um animal que havia sido sacrificado ao deus Serápis.

A questão aguda era se um crente poderia comer carne em Corinto, correndo assim o risco de contaminar-se. William Barclay, um autor bastante conhecido e citado, sugere que o problema era a crença, muito difundida na antigüidade, de que os demônios estavam sempre procurando uma brecha para entrar nos homens, para destruir seus corpos e mentes. Uma das maneiras pela qual faziam isso era através da comida. Tais espíritos se alojavam na comida e quando a pessoa a engolia, os demônios entravam nela. Por esse motivo, diz Barclay, as pessoas consagravam os alimentos - especialmente a carne - a algum deus bom. Acreditava-se que a presença de um deus bom na carne formava uma barreira contra os maus espíritos.(27)

O assunto dos sacrifícios de animais aos deuses é bem complexo, e não poucos estudiosos discordariam de Barclay. Essa não parece ser a razão primordial pela qual os pagãos consagravam comida aos seus deuses. Sacrifícios eram praticados nas religiões de quase todas culturas antigas, e no geral, visavam honrar uma divindade, apaziguá-la ou santificar a oferta. Em algumas destas culturas, os sacrifícios estavam relacionados com o culto aos ancestrais, alimentar os deuses e mesmo "comer os deuses".(28) Paulo, ao discutir o assunto, em momento algum sugere que haveria o risco de demônios penetrarem mesmo naqueles que comessem a carne consagrada aos demônios nos próprios templos dos deuses pagãos. A questão que incomodava os coríntios não era se estariam comendo demônios, mas se não estariam participando direta ou indiretamente do culto ao ídolo. Note ainda que quem introduz o conceito de que os demônios estão por detrás da idolatria é Paulo. Provavelmente os coríntios nem estavam pensando nesses termos. A explicação de Barclay, portanto, é menos do que convincente.(29)

Os crentes de Corinto estavam divididos quanto ao assunto. Um grupo deles estava passando por grande aflição. Eram ex-freqüentadores dos templos, recém convertidos ao Evangelho. Por vezes, acabavam caindo no velho costume de comer carne, encorajados pelo exemplo dos que achavam que não havia nada de errado com isso. Como resultado, suas consciências os acusavam: eles haviam acabado de consumir carne espiritualmente contaminada, consagrada aos demônios em um templo pagão. Paulo, no tratamento que faz do assunto, considera-os como "fracos", pois suas consciências eram "fracas" (1 Co 8.7,9-12). O grupo contrário, a quem Paulo chama de "dotados de saber" (1 Co 8.10), tinha já plena consciência de que os ídolos dos templos pagãos nada eram nesse mundo, e que os animais a eles ofertados, na verdade, continuavam a ser de Deus, o criador e Senhor de todas as coisas. Assim, sentiam-se livres para comer carne, até mesmo nos festivais pagãos nos templos. Os "fracos", estimulados por esse exemplo, tentavam usar da mesma liberdade, mas com resultados desastrosos - suas consciências não eram fortes o suficiente para permitir que comessem carne livremente.

O problema parece que girava em torno de duas questões. Primeira, a relação entre os animais e os deuses, diante de cujas imagens os animais eram consagrados, oferecidos e sacrificados. A carne desses animais continuava a "pertencer" aos deuses após o ritual no templo, quando estava pendurada no açougue público para ser vendida? Quem comesse dessa carne estaria, mesmo de forma inconsciente, fazendo um pacto com os deuses? Segunda, comer essa carne não implicaria numa espécie de participação à distância dos crentes na adoração pagã e no culto aos deuses? Não deveríamos evitar a todo custo aquilo que tem relação com os cultos idólatras?

As respostas de Paulo são surpreendentes. O apóstolo concorda com os "fortes" quanto ao conhecimento de que Deus é o Senhor de tudo e que não há outros deuses ou senhores (1 Co 8.4-6). Mas condena a falta de amor dos "fortes" para com os "fracos" (1 Co 8.9-13). Deveriam limitar sua liberdade pela consideração à consciência dos outros. Após dar o exemplo de como abriu mão dos seus direitos como apóstolo de receber sustento por amor do Evangelho (1 Coríntios 9), e após alertar os "fortes" contra a arrogância, usando o exemplo de Israel no deserto (1 Co 10.1-15), Paulo responde às três principais indagações dos Coríntios já mencionadas acima.

O fato de que Paulo não invoca aqui a decisão do concílio de Jerusalém (Atos 15) para resolver o assunto de vez tem intrigado os estudiosos. Conforme lemos no livro de Atos, o concílio havia se reunido para tratar das condições sob as quais os não-judeus poderiam ser salvos e recebidos na Igreja. A polêmica havia sido causada por alguns judeus cristãos da Judéia que foram até as igrejas gentílicas forçar os gentios a se circuncidarem, e a guardar as leis de Moisés (naquela época, as mais importantes eram as leis dietárias e o calendário religioso). Paulo e Barnabé resistiram e houve uma grande discussão. O assunto foi levado aos apóstolos e presbíteros em Jerusalém. Alguns fariseus que haviam crido em Cristo insistiam na circuncisão e nas leis de Moisés para os gentios, mas Paulo, Pedro e Tiago, através de seus testemunhos e do apelo às Escrituras, convenceram o concílio de que os gentios eram salvos pela fé sem as obras da lei (como também os judeus o eram), e que não precisavam se tornar judeus para poder pertencer à Igreja de Cristo. O concílio, entretanto, em sua decisão, resolveu incluir algumas condições éticas, entre elas, a de os gentios se absterem das coisas sacrificadas aos ídolos (At 15.29).

O concílio havia acontecido uns poucos antes de Paulo escrever 1 Coríntios. O apóstolo estava perfeitamente consciente do conteúdo da sua decisão. A pergunta é, por que não invocou aquela decisão para acabar de vez com o problema em Corinto? Algumas respostas tem sido dadas. Peter Wagner, por exemplo, sugere que Paulo não havia ficado satisfeito com essa decisão, considerando-a inadequada e superficial. Para Wagner, a decisão do concílio havia sido equivocada por tratar o comer carne sacrificada aos ídolos como algo imoral, quando na verdade era algo neutro.(30) Entretanto, a melhor solução tem sido observar que as condições éticas requeridas pelo concílio eram para ser observadas num ambiente onde houvesse judeus e gentios. Eram regras a ser seguidas pelos gentios cristãos numa igreja onde houvesse judeus cristãos. Elas não eram uma lei moral geral e válida em todas as circunstâncias, mas uma orientação para quando a abstinência se fizesse necessária para preservar a unidade, conforme sugere Calvino em seu comentário em Atos 15.

A situação de Corinto era diferente. O problema lá não era o mesmo tratado no concílio de Jerusalém. O problema não era os escrúpulos de judeus cristãos ofendidos pela atitude liberal de crentes gentios quanto à comida oferecida aos ídolos. Portanto, a solução de Jerusalém não servia para Corinto. É provavelmente por esse motivo que o apóstolo não invoca o decreto de Jerusalém.(31) Antes, procura responder às questões que preocupavam os coríntios de acordo com o princípio fundamental de que só há um Deus vivo e verdadeiro, o qual fez todas as coisas; que o ídolo nada é nesse mundo; e que fora do ambiente do culto pagão, somos livres para comer até mesmo coisas que ali foram sacrificadas.

1. A primeira pergunta dos coríntios havia sido: era lícito participar de um festival religioso num templo pagão e ali comer a carne dos animais sacrificados aos deuses? Não, responde Paulo. Isso significaria participar diretamente no culto aos demônios onde o animal foi sacrificado (1 Co 10.16-24). Paulo havia dito que os deuses dos pagãos eram imaginários (1 Co 10.19). Por outro lado, ele afirma que aquilo que é sacrificado nos altares pagãos é oferecido, na verdade, aos demônios e não a Deus (10.20). Paulo não está dizendo que os gentios conscientemente ofereciam seus sacrifícios aos demônios. Obviamente, eles pensavam que estavam servindo aos deuses, e nunca a espíritos malignos e impuros. Entretanto, ao fim das contas, seu culto era culto aos demônios. (32) Paulo está aqui refletindo o ensino bíblico do Antigo Testamento quanto ao culto dos gentios:

Sacrifícios ofereceram aos demônios, não a Deus... (Dt 32.17).
...pois imolaram seus filhos e suas filhas aos demônios (Sl 106.37).

O princípio fundamental é que o homem não regenerado, ao quebrar as leis de Deus, mesmo não tendo a intenção de servir a Satanás, acaba obedecendo ao adversário de Deus e fazendo sua vontade. Satanás é o príncipe desse mundo. Portanto, cada pecado é um tributo em sua honra. Ao recusar-se a adorar ao único Deus verdadeiro (cf. Rm 1.18-25), o homem acaba por curvar-se diante de Satanás e de seus anjos.(33) Para Paulo, participar nos festivais pagãos acabava por ser um culto aos demônios. Por esse motivo, responde que um cristão não deveria comer carne no templo do ídolo. Isso eqüivaleria a participar da mesa dos demônios, o que provocaria ciúmes e zelo da parte de Deus (1 Co 10.21-22). Paulo deseja deixar claro para os coríntios "fortes", que não tinham qualquer intenção de manter comunhão com os demônios, que era a atitude deles em participar nos festivais do templo que contava ao final. Era a força do ato em si que acabaria por estabelecer comunhão com os demônios.(34)

2. Era lícito comer carne comprada no mercado público? Sim, responde Paulo. Compre e coma, sem nada perguntar (1 Co 10.25). A carne já não está no ambiente de culto pagão. Não mantém nenhuma relação especial com os demônios, depois que saiu de lá. Está "limpa" e pode ser consumida.

3. Era lícito comer carne na casa de um amigo idólatra? Sim e não, responde Paulo. Sim, caso não haja, entre os convidados, algum crente "fraco" que alerte sobre a procedência da carne (1 Co 10.27). Não, quando isso ocorrer (1 Co 10.28-30).

O ponto que desejo destacar é que para o apóstolo Paulo a carne que havia sido sacrificada aos demônios no templo pagão perdia a "contaminação espiritual" depois que saia do ambiente de culto. Era carne, como qualquer outra. É verdade que ele condenou a atitude dos "fortes" que estavam comendo, no próprio templo, a carne sacrificada aos demônios. Mas isso foi porque comer a carne ali era parte do culto prestado aos demônios, assim como comer o pão e beber o vinho na Ceia é parte de nosso culto a Deus. Uma vez encerrado o culto, o pão é pão e o vinho é vinho. Aliás, continuaram a ser pão e vinho, antes, durante e depois. A mesma coisa ocorre com as carnes de animais oferecidas aos ídolos. E o que é verdade acerca da carne, é também verdade acerca de fetiches, roupas, amuletos, estátuas e objetos consagrados aos deuses pagãos. Como disse Calvino,

Alguma dúvida pode surgir se as criaturas de Deus se tornam impuras ao serem usadas pelos incrédulos em sacrifícios. Paulo nega tal conceito, porque o senhorio e possessão de toda terra permanecem nas mãos de Deus. Mas, pelo seu poder, o Senhor sustenta as coisas que tem em suas mãos, e, por causa disto, ele as santifica. Por isso, tudo que os filhos de Deus usam é limpo, visto que o tomam das mãos de Deus, e de nenhuma outra fonte.(35)

CONCLUSÃO

Ao fim desse capítulo, espero ter dado evidências claras de que não há como justificar hoje a prática no culto cristão de ungir e abençoar objetos, quaisquer que forem os propósitos. Também, que não há como provar biblicamente que objetos usados e consagrados aos demônios nos cultos idólatras e ocultistas têm algum poder especial de "amaldiçoar" os crentes verdadeiros que os tocam, ingerem, usam ou acabam por possui-los fora do contexto de adoração e devoção a essas entidades.

Devemos sempre nos lembrar da diferença fundamental entre o conceito pagão e o conceito cristão quanto ao emprego de "coisas" com sentido religioso. As religiões empregam objetos e utensílios em seus cultos ou práticas como símbolos de realidades espirituais ou portadores de poderes mágicos. O culto cristão, em contraste, é bem mais simples. Ele emprega apenas dois símbolos materiais, a água do batismo e os elementos da Ceia (pão e vinho). A atitude do paganismo para com esses objetos é também diferente da atitude dos evangélicos para com seus símbolos (batismo e Ceia). Enquanto que para os evangélicos a água, o pão e o vinho são símbolos que têm seu valor e sua função apenas no momento da ministração dos sacramentos, na prática da magia, no ocultismo, nas religiões afro-brasileiras e no catolicismo popular, os objetos cúlticos continuam a manter uma relação vital para com as entidades e realidades espirituais aos quais estão associados, mesmo após a sua consagração durante os rituais. Por exemplo, uma rosa que foi ungida continua a emanar forças positivas mesmo após o ritual de consagração. Um amuleto que foi "carregado" de fluidos positivos continuará a emaná-los ad infinitum. Uma comida que foi "trabalhada" por uma mãe de santo num terreiro de umbanda vai afetar quem a comer, fora do terreiro. Para os evangélicos, em contraste, uma vez encerrada a Ceia, o pão é pão comum e o vinho, vinho comum. Na verdade, eles permaneceram sendo vinho e pão comuns durante a celebração da Ceia. Aquele uso especial para o qual foram separados, cessa após a celebração. Nenhum pastor pode, fora do momento da celebração (suponhamos, durante o jantar em casa de amigos), tomar pão e declarar: "Disse Jesus, isso é o meu corpo, comei deles todos". Água, pão e vinho perdem sua simbologia fora do culto. Para o paganismo, entretanto, a profunda relação entre objetos cúlticos e as realidades e entidades espirituais associadas a eles é permanente.

Portanto, os evangélicos que conhecem a sua Bíblia não são superticiosos quanto a objetos oriundos de outras religiões. Entretanto, acredito que devemos ter bastante cautela quanto a objetos assim. Eu mesmo não guardo em casa ou no ambiente de trabalho nenhuma dessas coisas. Não que tenha receio que elas poderão dar aos demônios, a quem foram oferecidas, algum tipo de poder sobre mim e minha família. Estou seguro e protegido no poder do meu Salvador Jesus Cristo. Mas, pelas seguintes razões, que ofereço como orientação geral quanto ao uso desses objetos:

1) Devemos evitar ter e exibir esses objetos quando os mesmos forem uma tentação real para a idolatria ou ocultismo. Novos convertidos egressos da idolatria e cultos afro-brasileiros poderão ser tentados a retornar às práticas antigas, estimulados pelos símbolos do seu passado religioso. Devemos evitar toda e qualquer possibilidade de sermos tentados nessa área, bem, como evitar sermos causa de tropeço para outros. Foi isso que o apóstolo Paulo recomendou aos "fortes" de Corinto (1 Co 10.31-33).

2) Devemos evitar esses objetos se os mesmos evocam lembranças do nosso passado. Muitos de nós gostariam de esquecer períodos e eventos acontecidos nos tempos de ignorância. Deus nos deu a bênção do esquecimento. Livremo-nos, pois, de tudo que mantém vivas lembranças assim.

3) Devemos evitar esses objetos se os mesmos servirem de estímulo a outros a que façam o mesmo, sem que estejam firmes em suas consciências de que tais objetos, em si, nenhum mal trazem.


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Notas

1 Para um estudo mais detalhado das práticas das igrejas de libertação, veja a análise feita por Leonildo Silveira Campos, 'Teatro', 'Templo' e 'Mercado': Uma análise da organização, rituais, marketing e eficácia comunicativa de um empreendimento neopentecostal - Igreja Universal do Reino de Deus, tese publicada pelo Instituto Metodista de Ensino Superior, 1996. Veja também o relatório da Comissão de Doutrina da Igreja Presbiteriana do Brasil sobre a Igreja Universal do Reino de Deus (Igreja Universal do Reino de Deus [São Paulo: CEP, 1998] 58-61).

2 Filácterio era uma pequena caixa de couro, quadrangular, contendo cédulas de pergaminho com passagens da Escritura, que os judeus traziam atadas uma na cabeça e uma no braço esquerdo durante a oração da manhã.

3 Cf. Merril Unger, Biblical Demonology (Wheaton, IL: Scripture Press, 1952; 7a. edição, 1967) 33.

4 Os milagres operados pelo Senhor Jesus eram sinais que apontavam para Sua pessoa e obra (Jo 20.30-21). A promessa de que seus seguidores fariam obras similares e até maiores parece que não incluía curas através de saliva e vestes por parte de todos os crentes. Somente os apóstolos - e mesmo assim, somente Pedro e Paulo - realizaram sinais similares, que por sua vez, eram sinais dos apóstolos, visavam autenticar seu apostolado e estabelecer a mensagem (2 Co 12.12). A passagem de Marcos 16.17-18 (sem considerarmos os problemas textuais) não se refere ao uso de objetos.

5 Essa idéia estranha é defendida por Robson Rodovalho, Por Trás das Bênçãos e Maldições (Brasília: Koinonia, 1995) 32. Ele conta uma história na qual atribui a objetos amaldiçoados o poder de rachar uma ponte do Plano-Piloto em Brasília, mesmo após a quebra de maldições (Ibid., 33).

6 Linhares, Bênção e Maldição, 41.

7 Cf. Edir Macedo, Orixás, Caboclos & Guias: Deuses ou Demônios? (Rio de Janeiro: Universal, 1996; 13a. edição) 48.

8 Mark I. Bubeck, Raising Lambs Among Wolves: How to Protect Your Children from Evil (Chicago: Moody Press, 1997) 237-39.

9 Ver a excelente discussão de Loraine Boettner sobre o uso de objetos no culto católico, incluindo rosários, crucifixos, escapulários, e relíquias que vão desde pedaços da cruz de Cristo, da coroa de espinhos e o Santo Sudário, até roupas e frascos de leite da Virgem Maria!!! (Roman Catholicism [Phillipsburg, NJ: Presbyterian and Reformed, 1962; 9a. edição de 1980] 284-95).

10 Kurt Koch afirma que alguns mosteiros católicos na Suíça distribuem amuletos ou fetiches ao povo, para protegê-los contra doenças e epidemias. Esses amuletos são geralmente pequenos sacos, contendo, em alguns casos, pedaços de unhas e de casca de ovos. Cf. Kurt Koch, Between Christ and Satan (Michigan: Kregel Publications, 1962) 87.

11 Existem lojas virtuais pela Internet onde toda a parafernálias usada nos rituais mágicos e de bruxaria estão acessíveis e podem ser facilmente adquiridos com cartão de crédito.

12 O conceito pagão por detrás dessas práticas é o de transferência de poderes espirituais para objetos. James Fraser argumenta que essa idéia está presente nas religiões mais antigas e primitivas e consiste basicamente em transferir para objetos ou animais toda dor, culpa e sofrimento, bem como os maus espíritos que os produzem. Fraser dá vários exemplos interessantes, como por exemplo, a prática de povos indianos de curar epilepsia aplicando folhas de determinadas plantas ao paciente e depois lançando-as fora. Acredita-se que a doença passa para as folhas e depois vai embora com elas (James G. Fraser, The Golden Bough: A Study in Magic and Religion [Nova York: Mcmillan, 1925] 538-40)

13 Warner, Spiritual Warfare, 94.

14 Ibid., 94-95.

15 A palavra hebraica para "bodes", ocorre mais de 40 vezes no Antigo Testamento. Em 4 dessas ocorrências, foi traduzida pela versão Almeida Atualizada (bem como outras versões importantes) como "demônios" ou "sátiros":

Nunca mais oferecerão os seus sacrifícios aos demônios, com os quais eles se prostituem; isso lhes será por estatuto perpétuo nas suas gerações (Lv 17.7)
Jeroboão constituiu os seus próprios sacerdotes, para os altos, para os sátiros e para os bezerros que fizera (2 Cr 11:15)
Porém, nela, as feras do deserto repousarão, e as suas casas se encherão de corujas; ali habitarão os avestruzes, e os sátiros pularão ali (Is 13.21)
As feras do deserto se encontrarão com as hienas, e os sátiros clamarão uns para os outros; fantasmas ali pousarão e acharão para si lugar de repouso (Is 34.14)

O sátiro era um figura da mitologia grega, uma fera do deserto, metade homem e metade bode. Na antigüidade, era associada ao deus Dionísio. É provável que no período do Antigo Testamento existisse um culto aos sátiros, tendo origem no Egito, e com o qual os israelitas tivessem alguma familiaridade quando ali estiveram como escravos (cf. Js 24.14). Segundo Harrison nos informa, essa seita egípcia floresceu na região oriental do Delta e seu ritual incluía bodes copulando com mulheres adeptas (cf. R. K. Harrison, Levítico: Introdução e Comentário, em Série Cultura Bíblica [São Paulo: Mundo Cristão e Vida Nova, 1980] 165-166). Assim sendo, a tradução de Levítico 17.7 poderia ser simplesmente "Nunca mais oferecerão os seus sacrifícios aos sátiros (ou, deus-bode)". A tradução "demônios" é interpretativa, e pode dar a sugestão de que realmente existiam demônios em forma de bode que assombravam os desertos. O texto hebraico não se refere a demônios, mas ao culto aos sátiros praticado naquela época por alguns israelitas.

16 Warner, Spiritual Warfare, 113.

17 Ver Catecismo Maior, pergunta 109.

18 Cf. G. Adolf Deissmann, Bible Studies (Edimburgo: T. & T. Clark, 1901), 323.

19 John Gill's Expositor, in loco.

20 Por outro lado, não quero com isso apoiar irrestritamente os movimentos entre os jovens para queimar discos e fitas de rock evangélico, considerados espiritualmente perniciosos por alguns líderes evangélicos (cf. Rick Lawrence, "Gothard slams Christian rock", em Group, Set. 1990, 41-42). Em geral, sou emocionalmente contra a iconoclastria (destruição de ídolos) por cristãos, como por exemplo, a ocorrida na Escócia, sob os auspícios de John Knox, quando o povo entrou nas igrejas católicas e quebrou todas as imagens, utensílios e objetos ligados ao culto idólatra. Se tivermos, porém, de queimar alguma coisa, a queima de horóscopos poderia fazer algum bem - numa pesquisa de 1992, 11% dos crentes americanos disseram consultar horóscopos e acreditar em astrologia ("Most Americans believe in moral absolutes...", em National & International Religion Report, 13 de Julho de 1992, p. 8).

21 Segundo Barclay nos informa, um dos métodos usados pelos exorcistas era conhecer o nome de um espírito mais poderoso do que aquele que estava no doente, e invocá-lo contra esse espírito de doença. Cf. William Barclay, "Hechos de los Apostoles", em El Nuevo Testamento Comentado por William Barclay, vol. 7 (Argentina: La Aurora, 1974) 154-55.

22 I. Howard Marshall, Atos: Introdução e Comentário, em Série Cultura Bíblica (São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1982) 294.

23 Ver a descrição detalhada (inclusive com fotos) em Macedo, Orixás, Caboclos & Guias, 106-8.

24 Aparentemente, a comunidade havia preparado algumas perguntas para Paulo sobre questões práticas Esta carta havia sido possivelmente trazida por uma delegação (1 Co 16.17). Em 1 Coríntios Paulo responde algumas dessas perguntas. Podemos detectá-las nas partes da carta que Paulo começa com a expressão "com relação à....", ver 7:1, 25, 8:1, 12:1, 16:1, 16:12.

25 Barclay, I & II Corintios, 83-84.

26 Ibid., 84. Serápis era uma divindade do Egito, importada da Grécia. Era o deus dos mortos e da cura. Um dos seus adoradores mais famosos foi o rei Ptolomeu I, considerado também o iniciador do culto a esse deus.

27 Ibid.

28 Cf. Fraser, The Golden Bough, onde ele discute esse assunto em relação ao culto de Diana.

29 Os que estão familiarizados com os comentários de Barclay percebem como freqüentemente ele apela para a antiga crença pagã em um mundo povoado de demônios para explicar passagens bíblicas onde demônios são mencionados, sugerindo que os cristãos primitivos, bem como os autores bíblicos, partilhavam das superstições pagãs quanto aos demônios, as quais seriam, diz Barclay, incompatíveis com os conceitos modernos de psicologia e da ciência. Infelizmente, ao fim de sua carreira, Barclay abandonou as principais doutrinas do cristianismo histórico, revelando que esse tipo de tendência tinha raiz mais profunda. No seu livro, A Spiritual Autobiography (Grand Rapids: Eerdmans, 1975) onde ele narra sua vida e ministério, os evangélicos ficarão desapontados ao ver o quanto ele se distancia do Cristianismo ortodoxo. Ele se declara universalista (p. 58); declara que o Novo Testamento nunca identifica Jesus como Deus (p. 50); nega a ressurreição literal e física de Jesus (p. 108); identifica o Espírito Santo com o Cristo ressurrecto (p. 109); e declara que "os milagres geralmente não foram histórias do que Jesus fez, mas símbolos do que ele ainda pode fazer" (p. 45). Evidentemente podemos aprender muitas coisas de suas obras, mas o leitor deverá lê-las com discrição e discernimento.

30 C. Peter Wagner, Se Não Tiver Amor (Curitiba: Luz e Vida, 1982) 67-68.

31 Note que Paulo não teve qualquer problema em anunciar o decreto em Antioquia, o que produziu muito conforto entre os irmãos (At 15.30-31).

32 Não somente Paulo, mas os cristãos em geral tinham esse conceito. João escreveu: "Os outros homens, aqueles que não foram mortos por esses flagelos, não se arrependeram das obras das suas mãos, deixando de adorar os demônios e os ídolos de ouro, de prata, de cobre, de pedra e de pau, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar" (Ap 9.20).

33 Cf. Charles Hodge, A Commentary on 1 & 2 Corinthians (Carlisle, PA: Banner of Truth, 1857; reimpressão 1978) 193.

34 Hodge (1 & 2 Corinthians, 194) chama a nossa atenção para o fato de que o mesmo princípio se aplica hoje aos missionários que, por força da "contextualização", acabam por participar nos festivais pagãos dos povos. Semelhantemente, os protestantes que participam da Missa católica, mesmo não tendo intenção de adorar a hóstia, acabam cometendo esse pecado, ao se curvar diante dela.

35 João Calvino, Exposição de 1 Coríntios, em Comentário à Sagrada Escritura, trad. Valter G. Martins (São Paulo: Paracletos, 1996) 320.

36 Essa diferença fundamental não foi notada por Kurt Koch em seu livro sobre magia e ocultismo. Ele diz que "O uso de fetiches, isto é, objetos carregados de magia, corresponde talvez ao uso da água no batismo ou do pão e vinho na Ceia do Senhor